Nessa semana, a família do obstetra Ricardo “Ric” Jones denunciou que seus netos na prisão foram impedidos de visitá-lo na prisão. Filiado ao Partido da Causa Operária (PCO), Jones é um dos mais notórios defensores do parto humanizado no Brasil, fazendo dele um alvo da indústria da cesariana.
Ric Jones se encontra preso desde 26 de março. Ele foi condenado, mas seu recurso ainda não foi julgado. Trata-se de mais um caso aberrante de atropelo à Constituição Federal, que estabelece que alguém só pode ser preso se o processo transitar em julgado.
Esse direito democrático, no entanto, foi abolido pelos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). A corte, em seu esforço para liquidar todos os direitos democráticos do povo brasileiro, aprovou que, em casos de homicídio, se a decisão pela pena de prisão for tomada pelo tribunal do júri, então a pessoa tem que ser presa imediatamente.
O atropelo dos direitos democráticos e da Constituição Federal é parte do dispositivo que a esquerda pequeno-burguesa defende supostamente para combater a extrema direita. Mas Ric Jones não é de extrema direita. Ele é do PCO. Ele é de um movimento político entre os médicos a favor do parto humanizado, contra a indústria da cesariana. Então por que ele está sendo perseguido por essas leis que são apresentadas como expediente para perseguir a extrema direita?
O problema nada tem a ver com a extrema direita. O problema é que Ric Jones mexeu em um vespeiro ao denunciar uma prática médica mafiosa. A indústria da cesariana é uma das mais lucrativas no Brasil. Quase todas as mulheres no País são instigadas a fazer a operação. Ric Jones mexeu no bolso de pessoas que ganham muito dinheiro. E, portanto, está sendo perseguido politicamente.
Quando alguém está sendo perseguido politicamente, é aí que se vê a necessidade de se salvaguardar os seus direitos democráticos. Se não há direitos, o cidadão é totalmente atropelado pelos poderosos. O caso de Jones é típico. De norte a sul no País, há pessoas sendo perseguidas. Enquanto isso, a esquerda pequeno-burguesa, por um cálculo mesquinho e eleitoreiro, defende a repressão.





