Ricardo Machado

É dirigente do Sindicato dos Bancários de Brasília e ex-dirigente da CUT-DF. Integra a Coordenação dos Comitês de Luta do DF e Membro do Partido da Causa Operária (PCO)

Coluna

O Caref precisa estar engajado na luta geral dos trabalhadores

O representante dos trabalhadores neste Conselho não pode tornar-se mais uma instância burocrática avalizadora da política corporativista

O aprofundamento do arrocho salarial, a expropriação sistemática dos salários e a desvalorização da força de trabalho via rebaixamento das condições de vida dos trabalhadores têm sido o método político através do qual a burguesia imperialista e seu Estado têm procurado honrar seus compromissos com os banqueiros nacionais e internacionais, impondo enormes sacrifícios às massas e ao conjunto da população explorada da cidade e do campo.

A política atual que tem norteado a ação das direções sindicais no interior dos bancários tem levado a categoria a sucessivas derrotas. A combatividade e disposição de luta do movimento bancário em nível nacional têm se chocado constantemente com a política de capitulação e submissão das direções, que colocam o conjunto dos trabalhadores, e em particular os bancários, a reboque dos interesses dos banqueiros e do Estado burguês, sua justiça e seus patrões.

A burocracia sindical coloca-se claramente na contramão da luta dos bancários, quebrando sistematicamente as greves e, consequentemente, bloqueando a deflagração unitária de toda a categoria por uma verdadeira campanha salarial que atenda aos interesses dos bancários.

Pulverizaram a categoria, isolaram os movimentos do BB e da CEF, colocando-os a reboque da política de capitulação e conciliação com os algozes dos bancários, ou seja, os banqueiros e seus governos, liquidando as últimas campanhas salariais, em que as propostas de reajuste salarial, migalhas jogadas das mesas dos banqueiros, foram prontamente defendidas e aprovadas pela burocracia sindical.

É necessário o combate incansável dentro dos sindicatos por uma política classista e independente para os trabalhadores, afirmando de forma sistemática que somente a construção de uma direção combativa, independente dos patrões e do governo, que aponte o enfrentamento de classe e as ações de luta dos explorados como único método capaz de oferecer uma perspectiva de vitória para o conjunto dos trabalhadores, poderá romper com o imobilismo, o oportunismo e a política conciliadora das atuais direções.

A utilização de manobras com verniz democratizante tem sido o meio através do qual as direções procuram mascarar sua política de não oferecer uma perspectiva unitária de luta para o conjunto dos bancários, capaz de superar o atual estágio imobilista e as derrotas que têm vitimado o movimento bancário.

A eleição do 2º turno para o CAREF do BB, a realizar-se entre os dias 6 e 12 de março, surge como alternativa ao desgaste da Executiva do BB com sua política de reestruturação e superexploração que acontece dentro da empresa.

Nesse sentido, o representante dos trabalhadores neste conselho não pode tornar-se mais uma instância burocrática avalizadora da política corporativista e divisionista que tem levado à fragmentação, isolamento e derrota da categoria bancária.

A única justificativa consequente e política da existência desse representante no conselho é que ele se apresente como instrumento unificador e aglutinador da categoria, apontando uma perspectiva de luta e mobilização dos bancários contra os banqueiros e seu Estado pró-imperialista.

A tarefa imediata que se coloca para o representante dos bancários do BB no Conselho de Administração do banco é a convocação urgente de uma plenária nacional de delegados eleitos em assembleias de base, que discuta e elabore um plano de lutas para organizar e mobilizar, nacionalmente, o conjunto da categoria, apontando para uma campanha contra os ataques dos banqueiros aos seus salários, ao emprego, contra as terceirizações e as tentativas de privatização dos bancos públicos.

É imperiosa a necessidade de uma imediata campanha que englobe o conjunto dos bancários (privados e estatais) e contemple as reivindicações fundamentais do movimento dos trabalhadores.

  • Salário mínimo de 7 mil
  • Estatização do sistema financeiro sob o controle dos trabalhadores
  • Não ao pagamento da dívida pública
  • Não às privatizações
  • Por uma Petrobrás 100% estatal
  • Pela exploração do petróleo na Margem Equatorial

* A opinião dos colunistas não reflete, necessariamente, a opinião deste Diário

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