Uma nova ferrovia comercial entre China e Irã foi inaugurada com a chegada do primeiro trem de carga de Xian, no leste chinês, ao porto seco de Aprin, próximo a Teerã, em maio de 2025. A linha, parte do projeto Nova Rota da Seda, reduz o tempo de transporte de Shanghai a Teerã de 30 dias por via marítima para 15 dias, contornando sanções econômicas impostas pelos Estados Unidos. O diretor do porto de Aprin destacou que a infraestrutura diminui custos logísticos e a dependência de portos costeiros.
A ferrovia fortalece os laços econômicos entre os dois países, que assinaram um acordo de cooperação de 25 anos em 2021, avaliado em US$400 bilhões. O Irã exporta petróleo para a China, maior comprador desde 2018, enquanto Beijing fornece bens manufaturados, como eletrônicos. Em 12 de maio, representantes de Irã, China, Cazaquistão, Uzbequistão, Turcomenistão e Turquia reuniram-se em Teerã para definir tarifas competitivas e padrões operacionais, visando conectar Ásia e Europa por trilhos, segundo a agência de notícias associada ao Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica Tasnim News.
A iniciativa permite que produtos chineses cheguem à Europa sem interferência naval americana. Dados do Ministério do Comércio da China mostram que, em 2024, o comércio bilateral sino-iraniano cresceu 12%, atingindo US$38 bilhões. A ferrovia também reflete a orientação do líder supremo iraniano Ali Khamenei, que desde 2018 defende maior aproximação com o leste, culminando na mediação chinesa para a reaproximação entre Irã e Arábia Saudita em 2023.
