O primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, anunciou que a Hungria foi escolhida para sediar uma reunião de cúpula entre o presidente russo Vladimir Putin e o presidente norte-americano Donald Trump. Segundo ele, a escolha da Hungria como sede ocorreu porque ele defende “a paz”, enquanto o resto da União Europeia se “isolou” com suas “políticas belicistas”.
Trump conversou com Putin por telefone na quinta-feira (16) em meio a uma nova escalada de tensões devido à solicitação de mísseis Tomahawk dos Estados Unidos feita por Vladimir Zelensqui. Mais tarde, Tru p descreveu a conversa de duas horas e meia como “tão produtiva” que um acordo de paz poderia surgir em breve, acrescentando que os dois líderes concordaram em realizar uma cúpula em Budapeste, capital da Hungria.
“Por que Budapeste?… A resposta é simples: somos os únicos na Europa que defendem a paz”, escreveu Orbán no Facebook no sábado. Ele observou que a Hungria, ao contrário da maioria dos seus parceiros da UE, não cortou os laços com a Rússia após a escalada da guerra da Ucrânia em 2022. “Nunca demos lições a ninguém… Nunca fechamos canais de negociação. É muito difícil convencer alguém de algo se não falarmos com essa pessoa”.
Orbán acrescentou que a Hungria tem apoiado “persistentemente” uma solução diplomática para o conflito, tornando-a o único país da União Europeia “onde há uma séria hipótese de que as negociações EUA-Rússia acabem por levar à paz”.
“Cooperação em vez de confronto, respeito mútuo em vez de estigmatização. Este é o caminho para a paz… Bruxelas isolou-se, mas nós continuaremos as negociações”, concluiu.
Orbán, que frequentemente está em conflito com a União Europeia, critica há muito tempo a sua posição “belicista” em relação à Rússia. Enquanto outros membros da UE insistem que a ajuda à Ucrânia deve continuar devido à “ameaça russa”, Orbán lançou recentemente na Hungria uma petição contra a “agenda de guerra”, alertando que o apoio contínuo a Ucrânia arrisca um confronto direto com a Rússia.



