Nota da CUT

Nova alta da taxa de juros prejudica a classe trabalhadora

Mudança na presidência do Banco Central não mudou a política do Copom. É preciso denunciar a política econômica do governo dominada pelos banqueiros

No dia 19 de março, a direção executiva da Central Única dos Trabalhadores (CUT) emitiu nota pública repudiando “a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) por mais uma elevação da taxa básica de juros (taxa Selic) de 13,25% para 14,25% e, com a decisão do Banco Central, de elevá-la a 15% até o fim do ano, em um País onde já se pratica a maior taxa de juros do mundo”. 

“Este novo aumento da taxa Selic atende aos interesses única e exclusivamente dos banqueiros, agiotas e rentistas que apostam diariamente no crescimento da dívida pública e das taxas de juros, para que possam acumular lucros recordes às custas do endividamento das famílias e da estagnação da economia real. Soma-se às demais iniciativas que querem neutralizar os avanços do governo do Presidente Luís Inácio Lula da Silva, prejudicando a classe trabalhadora e impedindo o desenvolvimento do país”, afirma a nota. De acordo com os dados do próprio Banco Central, cada aumento de 1 ponto percentual na taxa Selic resulta em um acréscimo de aproximadamente R$ 55 bilhões nos gastos anuais com juros da dívida pública brasileira, ou seja, vai para os bolsos dos banqueiros.

No entanto, o que a CUT não diz, é que esta política está sendo praticada não mais pelo escolhido de Bolsonaro no BC, Campos Neto, mas pelo escolhido da equipe econômica de Lula, Gabriel Galípolo.

Em sua Nota a CUT menciona a campanha que realiza pela redução da taxa de juros com manifestações em todo o País. Campanha que antes tinha como uma das palavras de ordem “Fora Campos Neto”. O que encontrava eco em várias declarações de membros do governo, e mesmo o presidente Lula fez várias declarações no sentido de reverter a política de juros altos do indicado por Bolsonaro, que também garantiu a chamada “autonomia do banco central”, e não foi revertido pelo atual governo.

Quando Galípolo assumiu o lugar de Campos Neto, foi previsto reajuste futuro, mas a expectativa geral era uma mudança, em algum nível, no sentido de possibilitar afrouxar a corda que enforca o País e a política de de Campos Neto e do mercado financeiro fosse sendo abandonada, mas nada está indicando isso.

A última reunião do Copom e as declarações de seus membros que justificam a alta de juros em nome do controle fiscal, deixa evidente que o Banco Central autônomo segue totalmente controlado pelos banqueiros, e mostra os limites do governo Lula diante dessa situação.

“Para os ‘analistas’ ligados aos bancos, a maior taxa de juros do planeta, definida por um banco central chamado ‘independente’, seria culpa do governo e não do Banco Central”, explica o colunista deste Diário, José Álvaro Cardoso em artigo intitulado O cerne do problema fiscal do Brasil são os juros da dívida.

“Os juros altos e a dívida, seriam uma consequência do “descontrole fiscal” e não sua causa. Como o governo, nessa interpretação, gasta demais com ‘medidas populistas’, o Banco Central é forçado a manter juros nas alturas e cresce a dívida pública em relação ao PIB (hoje em 78,6%)”, explica José Álvaro, em última instância a culpa é do povo, então deve-se aumentar os juros e cortar o orçamento. 

A classe trabalhadora não votou em Lula e no PT para que fosse aplicada a mesma política econômica de Paulo Guedes e de Campos Neto. É preciso desenvolver o País, gerar emprego, tirar as pessoas da miséria com perspectivas reais. Está claro que não adianta ceder à pressão dos bancos e à manipulação da imprensa capitalista.

É preciso tomar medidas efetivas para barrar a ação criminosa do Banco Central de elevação da taxa de juros. Do ponto de vista do movimento sindical e popular, para ser consequente na ação contra o Banco Central independente, a serviço dos banqueiros, e pela redução da taxa de juros no Brasil, é preciso denunciar essa equipe econômica, que se não está comprometida com o desenvolvimento do Brasil, nem com o programa que o governo Lula se comprometeu a realizar. Exigir uma mudança de rumos do governo, do Banco Central, mobilizando os trabalhadores nas ruas.

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