Na última terça-feira (15), o presidente do Equador, Daniel Noboa, declarou estar aberto à cooperação com as forças armadas dos Estados Unidos, incluindo a possibilidade de instalar bases militares estrangeiras no país. Em entrevista à rede norte-americana CNN, Noboa afirmou que a presença de bases poderia auxiliar no combate a atividades ilegais, como tráfico de drogas, pesca irregular e mineração clandestina, contribuindo para “manter a paz”.
Para suavizar o impacto de sua posição, disse que o controle das operações permanecerá com as forças equatorianas: “gostaríamos de cooperar com as forças dos EUA, e acho que há muitas maneiras de fazer isso, especialmente na vigilância de operações ilegais que saem do Equador, mas o controle das operações estará nas mãos de nosso exército e nossa polícia”.
Noboa, que assumirá a presidência em 24 de maio, após vencer as eleições no último domingo (14) em um processo eleitoral claramente fraudulento – porém apoiado pelo imperialismo -, também revelou que negociações com os EUA sobre assistência contra gangues criminosas foram pausadas até o fim do pleito. Em 2024, ele anunciou planos de reformar a Constituição equatoriana para permitir a presença permanente de bases militares estrangeiras, com foco no combate ao narcotráfico.
O ministro das Relações Exteriores do Equador, Gustavo Manrique Miranda, já havia confirmado, em 2023, que os EUA receberiam permissão para operações em território e águas equatorianas contra crimes como tráfico humano, contrabando de combustível e pesca ilegal. Entre 1999 e 2009, os EUA realizaram voos de vigilância no país sul-americano. O presidente dos EUA, Donald Trump, parabenizou Noboa pela reeleição, chamando-o de “grande líder”.