Em uma das declarações mais infelizes do Ministério das Relações Exteriores do terceiro mandato do presidente Lula, o chanceler Mauro Vieira declarou, durante audiência na Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional da Câmara dos Deputados, que o Brasil “aplaude” a proposta de “acordo” de cessar-fogo apresentado pelo presidente norte-americano Donald Trump na última semana.
“O Brasil está acompanhando, e somente ontem, no final da tarde, tomamos conhecimento de todos os detalhes do plano que foi lançado. E, sem dúvida nenhuma, vamos aplaudi-lo publicamente, possivelmente ainda no dia de hoje”, disse o ministro.
Ocorre que esta é a pior proposta feita para a atual guerra entre “Israel” e o povo palestino desde 7 de outubro de 2023. Nela, Trump não fornece qualquer garantia aos palestinos, exige o desarmamento do Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) e ainda estabelece um governo estrangeiro sobre a Faixa de Gaza. É uma proposta criminosa em toros os aspectos.
Trata-se de um plano para completar a limpeza étnica da Palestina. Trump inclusive indicou que chamaria o ex-primeiro-ministro britânico Tony Blair, um especialista em genocídio, para compor a administração de Gaza.
É espantoso que, diante de uma proposta como essa, Mauro Vieira nem esperou a repercussão geral e já decidiu aplaudi-la. O que parece é que esse plano repugnante foi negociado nos bastidores para ter o apoio de um país como o Brasil, que tem um governo visto por muitas pessoas no mundo como “democrático”, devido à figura de Lula.
Ninguém é tão burro a ponto de concordar com um plano desses, nem por ideologia, nem por avaliação política. O plano é criminoso, ilegal e inviável. Ele se opõe até mesmo ao plano anterior apresentado Emmanuel Macron, que, apesar de já ser criminoso, previa a constituição de dois estados (um deles, o Palestino, fictício). Este novo plano nem isso faz. Ele transforma a Faixa de Gaza em um protetorado, uma colônia.
Ambos os planos preveem o desarmamento do Hamas, o que qualquer pessoa com sanidade mental sabe que é um suicídio. A única coisa que faz sentido nessa iniciativa é que ela foi apoiada por Mahmoud Abbas, o cachorro do sionismo, e pelo Brasil. Nem os árabes estão apoiando. O plano é inexequível e o papel do governo brasileiro, vergonhoso.





