O Ministro das Relações Exteriores da Nigéria, Yusuf Tuggar, rebateu a alegação do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre a morte de cristãos no país, alertando contra qualquer discurso que possa alimentar a divisão do país por linhas religiosas ou tribais.
O diplomata exibiu aos repórteres um documento intitulado Compromisso Constitucional da Nigéria com a Liberdade Religiosa e o Estado de Direito em uma coletiva de imprensa em Berlim na terça-feira (4), observando que ele descreve o que a constituição do país estipula sobre a liberdade religiosa.
Trump designou a Nigéria como um ‘País de Preocupação Particular’ no sábado (1º), alertando sobre potenciais ataques para “proteger” os cristãos. Ele alegou que “números recordes” de cristãos estão sendo mortos no país mais populoso da África.
A medida seguiu um pedido ao governo Trump pelo parlamentar dos EUA, Riley Moore, que alegou que mais de 7.000 cristãos foram mortos na Nigéria somente este ano, com centenas a mais sequestrados, torturados ou deslocados por grupos armados. O Senador Ted Cruz também acusou o governo nigeriano de permitir um “massacre” contra cristãos e introduziu um projeto de lei que, segundo ele, “visaria esses funcionários com poderosas sanções e outras ferramentas”. De acordo com Cruz, 50.000 cristãos foram mortos na Nigéria desde 2009, com 2.000 escolas e 18.000 igrejas destruídas por “jihadistas islâmicos”.
No sábado (1º), o presidente nigeriano, Bola Tinubu, disse que seu governo “se opõe à perseguição religiosa e não a incentiva”, acrescentando que Abuja está comprometida em trabalhar com os EUA “para aprofundar a compreensão e a cooperação na proteção de comunidades de todas as fés”.
Abuja, no entanto, descartou a perspectiva de qualquer intervenção militar unilateral dos EUA. Daniel Bwala, conselheiro especial do Presidente Tinubu, disse em entrevista que os EUA deveriam respeitar a soberania da Nigéria.





