Margem Equatorial

Nhenhenhém contra o Brasil

Editorial da golpista Folha de S. Paulo tenta defender a sabotagem do IBAMA, mas termina revelando as intenções golpistas de sua defesa

O editorial do jornal golpista Folha de S. Paulo do último dia 15, intitulado Nhenhenhém contra o Ibama, apela ao cinismo para defender o IBAMA no recente imbróglio entre a agência burocrática e os planos de exploração de petróleo na Margem Equatorial, sabidamente barrados pelo órgão, que dificulta até mesmo a pesquisa para que se conheça o potencial da região. Na defesa dos golpes do IBAMA para impedir o País de usar suas riquezas naturais, o editorialista acusa Lula de “mais voluntarismo do que apreço pela independência de órgãos de Estado, aos quais cabe zelar pelo bem público” e diz:

“A região costeira do Amapá, que fica próxima às áreas petrolíferas em questão, tem alta produtividade biológica. Caracteriza-se por extensos manguezais, locais de reprodução e sustento de diversas espécies de peixes, crustáceos, aves e mamíferos.

Esses ecossistemas são sensíveis a derramamentos de óleo que podem ocorrer em plataformas oceânicas. Um dos piores foi o da Deepwater Horizon no Golfo do México, em 2010, que chegou a vazar 1,3 milhão de litros de petróleo cru por dia e espalhou uma mancha de 1.500 km², que alcançou a Louisiana e o Texas.”

Aqui, Folha apela a ignorância do seu leitor para tratar como “próxima às áreas petrolíferas” os “extensos manguezais” que na realidade, estão há mais de 500km da costa brasileira, em alto mar. As intenções golpistas do órgão se tornam evidentes pela falsificação grotesca na formulação, feita para enganar incautos. A posição da Folha traz também um problema de método, expresso no segundo parágrafo e que busca tornar aceitável os ataques do IBAMA argumentando que derramamentos de óleo “podem” ocorrer.

Ora, é importante que a Petrobrás tenha o máximo cuidado para minimizar riscos do gênero e, caso ocorra algum desastre com vazamento, atue para lidar com o problemas. Daí, no entanto, a brecar toda e qualquer iniciativa dedicada à exploração da principal commodity do sistema econômico mundial porque acidentes “podem” ocorrer é um argumento tão ridículo quanto inaceitável.

Uma discussão normal poderia defender que a Petrobrás tivesse um conjunto de medidas de segurança para evitar problemas como derramamentos e, caso ocorram, um plano com diretrizes sobre como agir. Pronto. Da mesma forma que não é racional impedir a construção de um imóvel pela perspectiva real de que ele pode desabar sem a devida manutenção e causar uma tragédia, é totalmente ilógico defender a sabotagem do IBAMA contra pesquisas sobre as jazidas de petróleo porque em um futuro incerto, pode vir a acontecer algo desagradável.

Não contente, o editorialista vai além e ainda adotando uma posição quase fatalista, como se o desastre produzido pelo criminoso monopólio imperialista britânico BP (empresa dona da Deepwater) fosse acontecer também com as operações da Petrobrás na região, Folha declara:

“A Deepwater estava a menos de 100 km da costa, já o bloco 59 da margem equatorial se encontra a mais 160 km de Oiapoque (AP). Cabe realizar investigação detalhada de correntes oceânicas para simular a probabilidade de um vazamento chegar ao litoral brasileiro ou da Guiana Francesa.”

Aqui, o cinismo do editorial ultrapassa barreiras, tornando-se quase uma piada, afinal, dizer que “o bloco 59 da margem equatorial se encontra a mais 160 km de Oiapoque (AP)” não chega a ser uma mentira, dado que 500 km de distância realmente é mais do que 160 km, mas é uma pérola da desfaçatez do ponto de vista da forma e também da militância do jornal na sua luta contra o Brasil. Afinal, a determinação em enganar o povo não vem de nenhum interesse real no ecossistema, mas o de empresas como a própria BP.

Os monopólios privados do setor petrolífero são exatamente o setor mais poderoso do imperialismo, capaz de mobilizar governos tão poderosos quanto os EUA e o Reino Unido para diversas guerras ao redor do mundo. Tendo conseguido fazer os governos Bush e Tony Blair justificarem a invasão do Iraque por uma suposta busca de armas de destruição em massa como fizeram em 2004, a tarefa de mobilizar uma Folha de S. Paulo para chamar a Margem Equatorial de “Foz do Amazonas” – para dar a impressão de que as jazidas petrolíferas se encontram na desembocadura do rio Amazonas – é imensuravelmente mais fácil. Com as devidas proporções, é o que estamos vendo agora.

A esquerda não deve cair nesse verdadeiro conto do vigário, mas denunciar a política golpista da direção anti-nacional do IBAMA e do Ministério do Meio Ambiente (comandado por Marina Silva), e defender a posição do presidente Lula de usar as riquezas naturais do Brasil para que o País retome sua industrialização e use a mais importante commodity do mercado mundial para elevar os padrões de vida do povo brasileiro, superando a pobreza e o atraso da população.

Gostou do artigo? Faça uma doação!

Rolar para cima

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Diferentemente de outros portais , mesmo os progressistas, você não verá anúncios de empresas aqui. Não temos financiamento ou qualquer patrocínio dos grandes capitalistas. Isso porque entre nós e eles existe uma incompatibilidade absoluta — são os nossos inimigos. 

Estamos comprometidos incondicionalmente com a defesa dos interesses dos trabalhadores, do povo pobre e oprimido. Somos um jornal classista, aberto e gratuito, e queremos continuar assim. Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Diferentemente de outros portais , mesmo os progressistas, você não verá anúncios de empresas aqui. Não temos financiamento ou qualquer patrocínio dos grandes capitalistas. Isso porque entre nós e eles existe uma incompatibilidade absoluta — são os nossos inimigos. 

Estamos comprometidos incondicionalmente com a defesa dos interesses dos trabalhadores, do povo pobre e oprimido. Somos um jornal classista, aberto e gratuito, e queremos continuar assim. Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.

Quero saber mais antes de contribuir

 

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.