Nesta quarta-feira (21), Benjamin Netaniahu, o genocida primeiro-ministro de “Israel”, declarou estar “preparado para pôr fim à guerra em Gaza, sob condições claras que garantam a segurança de Israel – todos os reféns voltem para casa, o Hamas deponha as armas, deixe o poder, sua liderança seja exilada da Faixa de Gaza… Gaza esteja totalmente desarmada e nós executemos o plano de Trump. Um plano tão correto e tão revolucionário“.
Anteriormente, Netaniahu vinha destacando o desarmamento e a destruição do Hamas, partido que lidera a resistência palestina, como condição principal para um suposto fim da guerra genocida contra Gaza. Agora, com esta nova declaração, ele estabelece novas condições, exigindo o desarmamento completo de Gaza e, conforme suas palavras, a implementação do plano de Trump, isto é, a expulsão de todos os palestinos do enclave.
Atualmente, há cerca de dois milhões de palestinos em Gaza, de forma que a expulsão deles seria uma política genocida ainda pior que a Nakba, quando cerca de 800 mil palestinos foram expulsos da Palestina entre os anos de 1947 e 1949 para que fosse viabilizada a fundação do Estado artificial de “Israel”.
Netaniahu afirmou que a nova ofensiva contra Gaza, sob o nome de Carruagens de Gideão, cujos bombardeios e ataques terrestres das forças de ocupação já resultaram no assassinato de pelo menos 700 palestinos, ferindo quase 2.000, duraria cerca de um ano. Na mesma ocasião, ele declarou que “todos os territórios de Gaza estarão sob controle de segurança israelense, e o Hamas será totalmente derrotado”. “Israel”, no entanto, não atingiu absolutamente nenhuma vitória militar significativa desde 7 de outubro de 2023.
O primeiro-ministro genocida também expôs sua política genocida de utilizar a fome para jogar a população de Gaza contra o Hamas e demais organizações da resistência. Ele declarou que “Israel” e os EUA “desenvolveram” um plano de ajuda humanitária que será implementado em três etapas, conforme noticiado pelo portal de notícias The Cradle.
A primeira etapa seria permitir a entrada limitada de “alimentos básicos”, etapa que já teria se iniciado. Em demonstração de que “Israel” utiliza a fome como arma para derrotar a resistência, foi permitida a entrada de pouco mais de 90 caminhões de ajuda, sendo que os palestinos da Faixa de Gaza necessitam de cerca de 500 a 600 caminhões de ajuda por dia em razão da fome generalizada causada pelos israelenses, bem como da destruição de quase toda a infraestrutura do enclave.
Explicando as demais etapas, Netaniahu afirmou que, na segunda, seriam abertos centros de distribuição de ajuda operados pela Fundação Humanitária de Gaza (GHF), sediada na Suíça, que contratou mercenários norte-americanos e egípcios para distribuir ajuda nesses centros, conforme informado pelo The Cradle.
Na terceira etapa, o imperialismo e a entidade sionista planjam criar uma “zona estéril” no sul de Gaza para a população palestina se abrigar. Segundo Netaniahu, “nesta zona, que estará totalmente livre do Hamas, os moradores de Gaza receberão ajuda humanitária completa”.
As declarações do genocida Netaniahu foram feitas uma semana após declaração dada por Trump em visita ao Catar, em que apresentou novamente o plano de limpeza étnica, mas com um linguajar cínico: “Gaza tem sido um território de morte e destruição há muitos anos”, disse Trump. “Tenho ideias para Gaza que considero muito boas: torná-la uma zona de liberdade. Que os Estados Unidos se envolvam e a tornem apenas uma zona de liberdade”, declarou o presidente norte-americano.
Mesmo no âmbito da Organização das Nações Unidas (ONU), organização do imperialismo, denúncias foram feitas sobre a política genocida de assassinar os palestinos de fome para tentar derrotar a resistência. Conforme noticiado pela emissora libanesa Al Mayadeen, “Fakhri, Relator Especial da ONU sobre o Direito à Alimentação, acusou as autoridades israelenses de usar sistematicamente a fome como método de guerra”.
O relator detalhou a situação, informando que houve “um aumento drástico na desnutrição infantil aguda e um aumento impressionante de 3.000% no preço da farinha de trigo, um indício de como a sobrevivência básica foi transformada em arma contra os palestinos”. Ele afirma as condições desumanas que resultam dessa política são “projetadas para deslocá-la e destruí-la [a população de Gaza]“.
Pronunciando-se sobre a utilização da fome como arma de guerra e denunciando como “Israel” utiliza a ajuda humanitária para este fim criminoso, o Hamas publicou declaração denunciando que “a ocupação continua arquitetando a fome em Gaza, e a atual ajuda representa apenas uma gota em um oceano de necessidades humanitárias”. Leia a declaração na íntegra:
“O Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) afirma que a ocupação sionista continua a cometer o crime sistemático de fome contra mais de dois milhões de palestinos na Faixa de Gaza. Isso é conseguido racionando a entrada de ajuda humanitária e submetendo-a a equações políticas e de segurança, no âmbito do que ficou conhecido como “engenharia da fome”, e impondo fatos concretos por meio do plano de “ajuda ao gueto”, que tenta retratar o crime como uma solução humanitária.
A ajuda entregue após 81 dias de fechamento total representa apenas uma gota no oceano da necessidade normal na Faixa de Gaza, que antes da guerra exigia aproximadamente 500 caminhões por dia para atender às necessidades mínimas de vida. Hoje, as quantidades permitidas são menos de um décimo desse valor, em meio a um número crescente de deslocados, um sistema de saúde em colapso e fome e desnutrição generalizadas, especialmente entre crianças.
Alertamos também contra as tentativas da ocupação de implementar seu plano de estabelecer o que se assemelha a “campos de concentração” no sul da Faixa de Gaza, sob o pretexto de ajuda humanitária. Trata-se de um plano colonial rejeitado, que não terá sucesso e será confrontado pela vontade do nosso povo, que rejeita a humilhação e a submissão e defende seu direito à vida, à liberdade e à dignidade.
Renovamos nosso apelo à comunidade internacional e às organizações humanitárias para que exerçam pressão urgente para o levantamento completo do bloqueio, rejeitem a engenharia da fome e da humilhação e forneçam um corredor humanitário livre e permanente que garanta o fluxo de ajuda para atender às reais necessidades do nosso povo, sem controle ou extorsão.
Movimento de Resistência Islâmica – Hamas
Quinta-feira: 24 de Dhu al-Qi’dah, 1446 AH
Correspondente a: 22 de maio de 2025”
A intensificação do genocídio, seja através de bombardeios, ataques terrestres das forças de ocupação, ou da política de matar os palestinos de fome, é uma política desesperada de “Israel” e do imperialismo em razão de eles terem fracassado em derrotar o Hamas e demais organizações da resistência palestina.
Nesse sentido, o Wall Street Journal (WSJ), jornal norte-americano da burguesia imperialista, publicou matéria nesta quarta-feira (21) expondo como a continuação da guerra genocida está aprofundando a crise na sociedade israelense.
O WSJ informa que pesquisas “mostram que cerca de 70% dos israelenses apoiam o fim da guerra em troca da libertação dos reféns restantes”, acrescentando que “durante meses após o ataque, protestos semanais em Telavive e em todo o país exigiam que Netaniahu os trouxesse de volta, mas a maioria dos manifestantes raramente carregava cartazes pedindo o fim dos combates. Hoje, cartazes por toda Telavive pedem explicitamente o fim da guerra”.
O jornal norte-americano também informa sobre a crise nas forças israelenses de ocupação, crise resultando do enfrentamento com a Resistência:
“As repetidas missões de reservistas israelenses esgotaram as tropas e suas famílias, e os comandantes dizem que está cada vez mais difícil recrutar forças para novas rodadas de combate. Milhares de reservistas e veteranos aposentados assinaram cartas públicas nos últimos meses pedindo o fim da guerra em troca dos reféns”, diz o WSJ, igualmente informando que “um dos principais fatores que contribuem para o cansaço da guerra é o peso sobre os reservistas”, dos quais as forças de ocupação dependem muito e que “estão exaustos após servirem por centenas de dias em Gaza, Líbano, Síria e na Cisjordânia ocupada”.
Nesse sentido, deve ser relembrando que, recentemente, foi noticiado que o Ministério da Defesa de “Israel” registrou, entre outubro de 2023 e abril de 2025, o aumento de 5.944 novos membros de famílias enlutadas, expondo que o número de sionistas eliminados pela resistência palestina é significativamente maior do que o número de mortos informado oficialmente.
Cisjordânia: milicianos fascistas invadem Al-Aqsa novamente e intensificam ataques contra palestinos e suas casas
Nesta quinta-feira (22), os chamados colonos, isto é, grupos de israelenses fascistas que roubam as terras palestinas na Cisjordânia, invadiram novamente a Mesquita de Al-Aqsa.
É a segunda invasão em menos de uma semana e, novamente, eles realizaram rituais provocativos em seus pátios, sob forte proteção das forças de ocupação, conforme informado pela emissora libanesa Al Maydeen, que acrescenta que outras “centenas de colonos invadiram o Túmulo de José, a leste de Nablus, realizando rituais semelhantes”.
Fortemente armados com rifles de assaltos, essas milícias fascistas também intensificaram seus ataques criminosos contra casas e propriedades palestinas em toda Cisjordânia ocupada. Al Maydeen informa que eles “lançaram ataques perto das cidades de Osrin e Aqraba, ao sul de Nablus, incendiando um veículo palestino e tentando incendiar a Mesquita Abu Bakr Al-Siddiq. Além disso, pichações racistas e antipalestinas foram pichadas nas paredes da mesquita”.
Houve também ataques por parte das forças israelenses de ocupação: 12 palestinos, incluindo ex-detentos, foram presos ilegalmente em Qalqilya após os militares invadirem a cidade. Durante a invasão, eles destruíram uma casa, bem como forçaram dezenas de famílias a saírem de suas residências. Em Salfit, as forças invadiram uma casa na cidade de Bruqin e a mediram em preparação para a demolição, informou Al Maydeen.
Desde o começo da guerra, quase 1.000 palestinos já foram assassinados na Cisjordânia, e o número de feridos já ultrapassa 7.000. A contar apenas de janeiro de 2025, quando “Israel” iniciou nova ofensiva contra a região, vários campos de refugiados foram quase que completamente destruídos, resultando na expulsão de dezenas de milhares de palestinos de sua casa.
Já em Gaza, conforme informe diário do Ministério da Saúde de Gaza deste dia 22 de maio, mais de 107 palestinos foram assassinados nas últimas 24 horas, e pelo menos 247 foram feridos.
Desde 18 de março (dia em que “Israel” retomou a guerra genocida), mais de 3.613 foram mortos, e pelo menos 10.156.
A contar desde o começo da guerra, o número total de palestinos assassinados pelos israelenses ultrapassa 53.762, sendo que o de feridos é de ao menos 122.197.





