'Israel'

Netaniahu ameaça retomar guerra na Faixa de Gaza

Primeiro-ministro afirmou que retomaria as agressões no próximo sábado (15) caso o Hamas não liberte prisioneiros israelenses

Após uma reunião de quatro horas de duração de seu gabinete de Segurança, o primeiro-ministro de “Israel”, Benjamin Netaniahu, anunciou, nessa terça-feira (11), que irá suspender o cessar-fogo na Faixa de Gaza se o Movimento de Resistência Islâmica (Hamas, na sigla em árabe) não libertar prisioneiros que estão em sua posse. Netaniahu não especificou quantos prisioneiros espera que o Hamas liberte, mas afirmou que irá retomar a guerra no próximo sábado (15), caso as exigências não sejam cumpridas.

“A decisão que tomei no gabinete, por unanimidade, é esta: se o Hamas não devolver nossos reféns até o meio-dia de sábado, o cessar-fogo terminará, e as Forças de Defesa de ‘Israel’ retomarão os combates intensos até que o Hamas seja derrotado decisivamente.”

Antecipando a fala de Netaniahu, o presidente dos Estados Unidos, o republicano Donald Trump, já havia afirmado que, se todos os prisioneiros israelenses não fossem libertados até o meio-dia de sábado (15), o acordo de cessar-fogo deveria ser cancelado.

As declarações de Netaniahu e Trump vieram depois de o Hamas decidir adiar a próxima rodada de troca de prisioneiros prevista pelo acordo de cessar-fogo. Por meio de pronunciamentos públicos, o Hamas explicou que “Israel” estava tentando sabotar o acordo de cessar-fogo e que o adiamento da libertação de prisioneiros israelenses era uma condição para manter a integridade do acordo.

“Durante as últimas três semanas”, explicou Abu Obeida, porta-voz das Brigadas Al-Qassam, braço armado do Hamas, “a liderança da resistência monitorou as violações do inimigo e sua falha em cumprir os termos do acordo, desde o adiamento do retorno dos deslocados ao norte da Faixa de Gaza, o ataque a essas pessoas com bombardeios e disparos em várias áreas, até a recusa em permitir a entrada de suprimentos de ajuda em todas as suas formas, conforme acordado. Enquanto isso, a resistência cumpriu todas as suas obrigações”. Obeida concluiu dizendo que, “diante disso, a entrega dos prisioneiros sionistas que estava programada para sábado, 15 de fevereiro de 2025, será adiada até novo aviso, até que a ocupação cumpra e compense retroativamente os compromissos das últimas semanas. Reafirmamos nosso compromisso com os termos do acordo, desde que a ocupação também cumpra com eles”.

Entre as violações praticadas por “Israel”, estão, de acordo com comunicado do Hamas:

  • Atrasos no retorno dos palestinos deslocados para o norte de Gaza;
  • Ataques aéreos e disparos contra palestinos, resultando na morte de dezenas de pessoas em toda a Faixa de Gaza;
  • Bloqueio da entrada de materiais essenciais para abrigo, como tendas, casas pré-fabricadas, combustível e equipamentos para remoção de escombros necessários para recuperar corpos;
  • Atraso na entrada de suprimentos médicos e equipamentos urgentes para a reconstrução de hospitais e para o setor de saúde.

O Hamas afirmou que tem documentado as violações da ocupação e atualizado os mediadores continuamente, mas não tem recebido apoio. O adiamento da troca de prisioneiros, segundo o partido palestino, serve como um alerta e um meio de pressionar “Israel” a cumprir integralmente o acordo. O Hamas esclareceu ainda que o anúncio feito cinco dias antes da troca programada tem o objetivo de dar tempo suficiente para que os mediadores pressionem “Israel” a cumprir suas obrigações, mantendo a possibilidade de a troca ocorrer no prazo, desde que “Israel” respeite o acordo.

Originalmente, três israelenses deveriam ser libertados nesta semana, como parte do acordo de troca de prisioneiros que integra o cessar-fogo. Até agora, 16 dos 33 prisioneiros israelenses previstos para serem soltos na primeira fase do acordo já foram libertados. Outros cerca de 60 prisioneiros deveriam ser libertados em uma segunda fase, prevista para ocorrer nos próximos meses.

Até o fechamento desta edição, o Hamas ainda não havia se pronunciado acerca das ameaças de Netaniahu. É pouco provável, no entanto, que o partido palestino volte atrás e liberte os prisioneiros unilateralmente. Afinal, o Hamas saiu da guerra bastante fortalecido e não teria razão para ceder seus prisioneiros, sem que “Israel” se comprometesse a cumprir com as cláusulas do acordo de cessar-fogo.

Ainda que seja pouco provável que o Hamas liberte os prisioneiros sem uma contrapartida, também não é provável que “Israel” retome a guerra. Afinal, a guerra causou um desgaste enorme para o regime sionista e ela seria retomada em condições ainda mais desfavoráveis para “Israel”, com o Hamas fortalecido e apoiado pelo conjunto do Eixo da Resistência.

O que pesa ainda mais para que a guerra não seja retomada é o governo norte-americano. Neste momento, o retorno do conflito causaria uma turbulência no governo recém-empossado de Donald Trump, que tem buscado se distanciar dos problemas causados pela política externa beligerante do Partido Democrata.

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