Imprensa burguesa

Nem Lula, nem Bolsonaro: burguesia foge da polarização

Estadão publica editorial queixando-se por suposta reabilitação de Lula

Um editorial publicado pelo jornal O Estado de S. Paulo neste domingo (4) afirma que a recente decisão do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de aplicar sanções contra ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) brasileiro deu ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) uma “oportunidade de ouro” para retomar o discurso que o levou à vitória em 2022. De acordo com o Estadão, essa situação permite a Lula “reeditar a frente ampla” e se colocar novamente como o candidato da democracia diante da ameaça representada por Trump e Jair Bolsonaro.

O jornal relembra que Lula venceu a eleição presidencial de 2022 “por um triz”, apoiado por uma “pregação de união nacional em defesa da democracia contra o bolsonarismo”. No entanto, segundo o texto, essa frente teria se desfeito rapidamente com o início do governo. “Rapidamente, a natureza lulopetista de concentração de poder e de visão econômica perdulária e estatista logo se impôs, traindo os eleitores independentes que foram decisivos para derrotar Jair Bolsonaro”, escreveu o editorial.

Até recentemente, avalia o jornal, Lula enfrentava dificuldades em seu governo e vinha apresentando “índices medíocres de popularidade”, ao ponto de haver dúvidas sobre sua candidatura à reeleição em 2026. “Mas então apareceu Donald Trump”, diz o texto. O ex-presidente norte-americano, acompanhado de “sabujos brasileiros sob a liderança da família Bolsonaro”, segundo o editorial, teria decidido interferir nas eleições brasileiras ao impor sanções contra membros do STF, “com a óbvia intenção de coagi-los a desistir do julgamento do ex-presidente por tentativa de golpe de Estado”.

Para o Estadão, essa ação permitiu que Lula retomasse sua retórica em defesa da democracia e, agora também, da soberania nacional. O jornal cita declaração recente do presidente do PT, Edinho Silva, ao jornal Valor Econômico, na qual ele defende a recomposição da frente ampla em torno de Lula: “Sem a vitória do presidente, o retrocesso para o Brasil será gravíssimo do ponto de vista da reconstrução das políticas públicas, de um projeto de país, e do risco de abrirmos espaço para o avanço do fascismo”.

O editorial reconhece que Lula estaria certo em aproveitar esse novo cenário político: “Seria um tolo se não aproveitasse a oportunidade de ouro que Trump e os Bolsonaros lhe ofereceram de bandeja”. Ainda segundo o jornal, a bandeira da “defesa da democracia” havia se tornado um “slogan obsoleto”, pois “a ameaça de ruptura já foi plenamente neutralizada, e os principais sediciosos estão à beira de uma dura e merecida condenação”.

Antes do episódio envolvendo Trump, diz o texto, Lula se via diante de um “governo com escassez de poder e de ideias”, recorrendo até à “nostalgia da luta de classes” para manter alguma viabilidade eleitoral. “Mas eis que, de uma hora para outra, a truculência trumpista e bolsonarista conseguiu a façanha de dar a Lula ares de líder dos brasileiros contra uma injustiça estrangeira”, conclui o editorial.

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