A histeria em torno das tarifas impostas por Donald Trump escancarou, mais uma vez, a falência política da esquerda pequeno-burguesa. Para esse setor, a luta contra o presidente norte-americano tornou-se uma cruzada moral, a grande causa da humanidade, como se fosse ele, pessoalmente, a encarnação do imperialismo. Mas a realidade é outra: Trump não é o imperialismo. Não foi ele quem invadiu a Síria, nem quem armou a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) contra a Rússia.
A resposta às tarifas foi um espetáculo de oportunismo. Gritaram por “soberania nacional”, acompanhados por inimigos do povo brasileiro, como o vice-presidente Geraldo Alckmin. Bradaram que “soberania não se negocia”. No entanto, dias depois, o governo Lula, já havia formado uma comissão para negociar as tarifas impostas pelos Estados Unidos.
Mas o que está sendo negociado? Tarifas de importação ou a própria soberania do País? Mas a soberania não seria inegociável? Tarifas comerciais não seriam uma guerra contra o País? Como negociar, uma vez que Trump fez exigências abertamente políticas ao impor a taxação — o fim do processo penal contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL)?
Tudo fica ainda mais desmoralizante se torna ainda mais evidente quando a esquerda acusa de “fascista” qualquer país que imponha tarifas, mas a Venezuela, país que mais está enfrentando o fascismo na América do Sul, anunciou taxas de importação contra o Brasil. A verdade é simples: tarifar produtos estrangeiros não é fascismo, é uma ferramenta comum de política econômica. O Brasil, inclusive, taxa com frequência produtos norte-americanos, japoneses e de outros países — e está certo em fazê-lo.
O problema não é a tarifa, mas a política. O que o governo Lula está fazendo é muito alarde, nenhum confronto real. Enquanto isso, o imperialismo segue avançando contra o País, usando a Polícia Federal, a Procuradoria-Geral da República e o Supremo Tribunal Federal (STF) para impor os seus interesses.





