Nesta segunda-feira (21), o governo da Faixa de Gaza anunciou que a principal usina de dessalinização na região norte da cidade de Gaza foi totalmente paralisada, devido à crise de combustível causada pelo cerco israelense, mergulhando a cidade em um estado severo de sede. Segundo a prefeitura de Gaza, a interrupção da linha de abastecimento de água Mekorot, juntamente com a escassez crescente de combustível, agravou de forma drástica a já crítica crise hídrica que assola a região.
A principal linha de água da cidade deixou de funcionar, cortando o fornecimento para vastas áreas do município. As autoridades alertam que a situação está se transformando rapidamente em um desastre humanitário iminente.
A prefeitura acrescentou que a maioria dos poços de água em Gaza parou de bombear devido à falta de combustível, colocando mais de 1,2 milhão de pessoas — entre deslocados e residentes — em risco direto com o colapso da infraestrutura hídrica e a ausência de resposta emergencial.
A ocupação israelense continua a impor um bloqueio devastador à Faixa de Gaza, controlando todas as fontes de água e impedindo a entrada de equipamentos e combustível necessários para operar as estações de dessalinização e os poços. Essas políticas têm agravado ainda mais a crise hídrica persistente no território.
Pelo menos oito palestinos — a maioria crianças — foram mortos e mais de uma dezena ficaram feridos na semana passada, após um ataque com míssil israelense atingir o centro de Gaza, segundo autoridades locais. O exército israelense alegou que o míssil errou o alvo pretendido por uma falha técnica.
Em comunicado, as forças de ocupação israelenses afirmaram que o ataque visava um militante da Jiade Islâmica na área, mas o míssil caiu “dezenas de metros distante do alvo”.
O míssil atingiu um ponto de distribuição de água no campo de refugiados de al-Nuseirat, matando seis crianças e ferindo outras 17, de acordo com o Dr. Ahmed Abu Saifan, médico de emergência do Hospital Al-Awda.
A escassez de água em Gaza se intensificou nas últimas semanas, com a falta de combustível forçando o fechamento de usinas de dessalinização e saneamento. Os moradores têm dependido cada vez mais de centros de distribuição para coletar água em recipientes plásticos.
Crimes contra civis visa esconder fracasso militar
As medidas cada vez mais cruéis contra a população de Gaza, visando matar civis de fome e sede, são uma demonstração do desespero do governo sionista frente à guerra com as forças de resistência. Conforme admitido por autoridades do próprio governo, “Israel” está castigando a população civil de Gaza com a expectativa de que esta se levante contra o governo revolucionário do Movimento de Resistência Islâmica. Trata-se de uma mudança de tática, uma vez que, no início da guerra, “Israel” havia prometido “exterminar o Hamas” pela força de suas armas.
A crise das Forças de Ocupação de “Israel” ficou escancarada uma vez mais nesta segunda-feira (21), quando elas anunciaram a morte de um de seus soldados, ao mesmo tempo em que as operações da Resistência Palestina continuam a impor pesadas baixas às forças militares da ocupação. O sargento da reserva Vladimir Loza, de 36 anos, natural de Ashkelon, que servia no Batalhão 7020 da 5ª Brigada, foi morto durante combates na cidade de Rafá, no sul da Faixa de Gaza.
Segundo uma investigação preliminar das Forças de Ocupação de “Israel” , Loza morreu após o desabamento de um edifício durante as operações militares. Os militares suspeitam que a estrutura tenha desabado devido à explosão de um artefato explosivo previamente instalado.
Na segunda-feira, a imprensa israelense já havia relatado a morte de um soldado e o ferimento de outros dois em um “grave incidente de segurança” dentro da Faixa de Gaza, embora não tenham sido fornecidos mais detalhes sobre as circunstâncias do ocorrido.
Nas últimas semanas, as forças de ocupação vêm sofrendo perdas crescentes, especialmente nas operações terrestres na região sul da Faixa de Gaza, o que levou diversos analistas israelenses a alertarem sobre o impacto humano e psicológico cada vez mais evidente sobre os soldados, sobretudo nas áreas de combate mais intenso.
Segundo uma reportagem da emissora Canal 12, divulgada em 21 de julho, o regime israelense já registrou mais de 18.500 baixas militares desde o início da ofensiva contra Gaza, com milhares de soldados sofrendo ferimentos físicos e transtornos psicológicos.
O relatório aponta que mais de 12.500 soldados sofreram ferimentos físicos, enquanto mais de 10.000 enfrentam estresse pós-traumático e distúrbios psicológicos, evidenciando tanto a intensidade dos combates quanto a grave crise de saúde mental que afeta as forças de ocupação.
Os dados revelam que 33% dos ferimentos físicos afetaram membros do corpo, 13% atingiram cabeça, olhos ou ouvidos, e 7% envolvem lesões na coluna, pescoço ou costas — padrões típicos de combate urbano prolongado e exposições frequentes a explosões em guerras de alta intensidade.
A divisão das baixas mostra que as forças da reserva são as mais afetadas, representando 65% dos feridos, seguidas por tropas regulares (18%), unidades policiais e de segurança (10%) e militares de carreira (7%). Mulheres correspondem a 7% de todos os soldados feridos nessas categorias.





