Nesta quarta-feira (12), Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, declarou que “não vamos expulsar ninguém de Gaza”, durante conferência de imprensa realizada junto do primeiro-ministro da Irlanda.
A declaração foi resposta a uma jornalista da emissora Voice of America, que perguntou ao chefe de governo irlandês sobre “o plano do presidente de expulsar os palestinos de Gaza”. Destaca-se que a Irlanda reconheceu formalmente um Estado Palestino em maio de 2024, sendo que relações formais com a Autoridade Palestina foram estabelecidas em 2024.
A afirmação de Trump vai ao encontro do que ele havia dito anteriormente: no início de fevereiro, em conferência de imprensa com Benjamin Netaniahu, primeiro-ministro de “Israel”, Trump declarou intenção de os EUA assumir o controle da Faixa de Gaza, expulsando os palestinos no processo: “Os EUA assumirão a Faixa de Gaza… Vejo isso como uma posição de propriedade de longo prazo”, enfatizando que os EUA e Israel iriam “achatá-la” e que “1,8 milhão precisam sair”. Em ocasião diferente, o presidente dos EUA chegou a afirmar, contudo, que não colocaria tropas americanas da Palestina.
Desde então, o plano de limpeza étnica foi reiterado em várias oportunidades, seja por Trump, ou outra autoridades do governo. Contudo, recentemente, a administração Trump vem realizando negociações com o Hamas, separadamente de “Israel”, para que o partido palestino liberte prisoneiros norte-americanos que estão em Gaza.
As negociações com o Hamas estão sendo realizadas por Adam Boehler, enviado dos EUA, que recentemente declarou à emissora CNN que “eles [o Hamas] não têm chifres crescendo em suas cabeças; eles são, na verdade, caras como nós; eles são caras bem legais. Nós somos os Estados Unidos, não somos um agente de Israel. Temos interesses específicos em jogo”.