Nesta segunda-feira (29), o presidente norte-americano Donald Trump apresentou um novo plano de cessar-fogo na Faixa de Gaza que o mundo inteiro sabe que o Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) jamais irá aceitar. A proposta cínica pede a deposição do governo de Gaza, o desarmamento da resistência e ainda estabelece um governo dirigido pelo próprio Donald Trump.
Em seu discurso ao lado do primeiro-ministro israelense Benjamin Netaniahu, Trump chega ao ponto de dizer que a República Islâmica do Irã, o maior aliado do povo palestino, que se encontra sob sanção da Organização das Nações Unidas (ONU) sob falsas alegações acerca de seu programa nuclear, poderia endossar seu plano criminoso.
As propostas acerca do cessar-fogo em Gaza, no entanto, não foram as últimas declarações delirantes de Trump nos últimos dias. Recentemente, o republicano afirmou que a Ucrânia estaria próxima de vencer a guerra e exigiu que o governo afegão, sob controle dos guerrilheiros do Talibã, devolva a base norte-americana de Bagram. Tais declarações destoam completamente de qualquer análise minimamente realista da correlação de forças no Leste Europeu e na Ásia Central.
Diante do nível de loucura das propostas, há de se perguntar: Trump hoje sofre do mesmo mal de seu antecessor, o democrata Joe Biden, que, ao final do seu mandato, era incapaz de terminar uma frase? Não é o caso. Enquanto Biden expressava a falência total da política imperialista, as declarações de Trump são parte de uma política calculada pelo atual presidente.
Essa espécie de “pirotecnia verbal” do republicano é um jogo de cena, um teatro para desviar a atenção da crise de seu governo diante da pressão que sofre do imperialismo. Cercado por todos os lados por forças que sabotam a sua tentativa de levar adiante uma política que proteja os interesses da burguesia interna norte-americana, Trump procura confundir todos os que acompanham sua política para, assim, tentar se equilibrar entre os seus interesses e o dos grandes monopólios.





