Palestina

Não há vitória sem luta e sacrifícios

Povo palestino não aceitou a escravidão e levantou-se realmente, como um gigante, fazendo seus inimigos poderosos se curvarem diante de si

Ao contrário dos céticos e desmoralizados que abandonaram a luta pela revolução, a resistência dos palestinos é um exemplo para os povos oprimidos. A histórica vitória do Movimento de Resistência Islâmica (Hamas, na sigla em árabe) e demais grupos da Resistência Palestina sobre o estado colonial nazisionista de “Israel” já constitui um dos mais importantes acontecimentos políticos do século XXI: é a primeira vitória militar e política dos palestinos contra o estado colonial e todo o imperialismo que o sustenta. Contudo, setores da esquerda nacional, inclusive alguns que se dizem revolucionários, enxergaram o acontecido com as lentes do ceticismo.

“Elevado custo” x Vitória

Alguns afirmaram tratar-se de uma derrota, uma vez que não foi alcançada a libertação de todos os prisioneiros nem o paraíso para os palestinos; outros minimizam a euforia dos povos oprimidos do mundo com a vitória do “pequeno contra o monstro”, considerando-a uma vitória parcial, por ser frágil e não duradoura. Exceto por essa pequena diferença, os céticos concordam: o custo foi alto demais. Nas entrelinhas dessa argumentação, pode-se ler: a esse custo, é melhor não lutar.

Primeiro, é preciso esclarecer que se trata de uma verdadeira vitória revolucionária, da tática de guerrilha contra um exército tradicional muito superior em armamento e pessoal. A Resistência Palestina infligiu ao exército israelense, o mais imoral do mundo, duras perdas em pessoal e equipamentos, as piores já sofridas por “Israel” até hoje. Ao longo de quinze meses de genocídio, todas as partes de Gaza voltaram às mãos da Resistência e do povo de Gaza. O Escritório de Comunicação do governo de Gaza confirmou, no último dia 27 — primeiro dia após a vigência do Acordo — o retorno de cerca de 300 mil palestinos à região norte e à Cidade de Gaza, o que mostra que nenhum dos objetivos militares do estado nazisionista, como a destruição do Hamas, a ocupação de Gaza ou a tentativa de forçar a população contra a Resistência por meio do terror absoluto, foi alcançado.

A consideração sobre o custo humano como impeditivo para a luta pela libertação é absolutamente reacionária. Todas as lutas de libertação tiveram um alto custo humano e material, como a Revolução Russa, o Vietnã e tantos outros exemplos que poderiam ser citados. Colocar o custo humano como impeditivo, que, aliás, é de inteira responsabilidade dos opressores, é uma posição contrarrevolucionária e pró-opressores, pois essa é a arma dos opressores para justificar a submissão: ou aceita a escravidão, ou haverá um alto custo humano.

Revolução!

Os que censuram a vitória esplendorosa do Hamas e da Resistência, no íntimo, gostariam que nunca tivessem se levantado, que a gloriosa operação de Al-Aqsa nunca tivesse ocorrido, que os palestinos fossem cordeiros para todo sempre. Para esses céticos, a “luta” é um exercício retórico e não deve passar desse limite. Com isso, abandonaram — de fato — a luta e a defesa da Revolução.

O povo palestino, porém, não aceitou a escravidão e levantou-se realmente, como um gigante, fazendo seus inimigos poderosos se curvarem diante de si. Sua luta é um exemplo e motivo de orgulho para todos os povos oprimidos.

Viva a revolução palestina!

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