Polêmica

Não há maior facção de crime organizado que a polícia

Esquerdista auxilia na propaganda imperialista do “combate ao crime organizado”, uma falácia inventada para permitir a ingerência imperialismo nos países atrasados

O artigo Contra o crime organizado e por uma polícia técnica que proteja o povo, Leonardo Gioardano, publicado no Brasil247 nesta segunda-feira (29), demostra que praticamente não existe uma linha divisória entre a direita e determinados setores da esquerda.

A luta contra o crime é completamente reacionária, além de demagógica. Seu público-alvo é basicamente a classe média

Para disfarçar a completa direitização, Giordano tenta um truque, afirmando que “não há espaço para ambiguidade. Somos radicalmente contra o crime organizado, contra as quadrilhas que tomam os territórios, oprimem a população e alimentam índices de violência intoleráveis. Não existe romantismo possível nesse campo. Essas organizações são expressão de puro mal, de morte e de destruição de vidas. É preciso desarticulá-las e prender os criminosos. Esse é um ponto inegociável e precisa ficar muito claro, porque é a base para qualquer debate sério sobre segurança pública”.

Se o nobre articulista é realmente contra crime organizado, deveria combater os banqueiros, pois juros de 15% é que é expressão do mal e promove a destruição de vidas. O Estado restringe todo tipo de gastos sociais para satisfazer a boca insaciável dos parasitas do sistema financeiro. Não há verba para a saúde, para a educação e é isso que gera a violência. É preciso atacar o mal pela raiz em vez de ficar com essa conversa fiada de combater o crime organizado.

Há décadas se fala em combater o crime, mas a criminalidade só aumenta. O povo, a classe operária, maior vítima da polícia, não aguenta mais ouvir esse discurso.

Chovendo no molhado

Tentando, inutilmente, se diferenciar da direita, Giordano escreve que “uma coisa é a indignação da sociedade e outra, muito diferente, é a construção de um método policial eficaz. Não se combate o crime organizado com bravatas, valentia performática ou grupos de extermínio”.

Giordano não deve ter noção de quantas vezes, antes de investir em mais mortes e violência, veio gente dizer que “Não se resolve com cada um colocando uma arma na cintura. Os países que conseguiram superar quadros de violência extrema não o fizeram matando indiscriminadamente, trocando tiros dentro das comunidades ou apostando na vingança”.

A “grande novidade” de Giordano é dizer que é preciso investir em “inteligência, em polícia técnica, em investigação qualificada. É por esse caminho e não pelo ódio que se consegue resultados duradouros e eficazes”.

Quando foi criada a guarda municipal da cidade de São Paulo, por exemplo, se dizia que essa guarda nem mesmo andaria armada, serviria apenas para proteger o patrimônio público. Hoje, anda fortemente armada e participa ativamente da repressão e é letal.

Proposta vazia

Outro blá-blá-blá de Giordano é dizer que o fundamental é seguir o dinheiro, desarticular a lavagem e as remessas, descobrir quais empresas e quais políticos dão sustentação ao crime organizado. E botar na cadeia os grandes chefes, não apenas o pé de chinelo pobre que será rapidamente substituído”. Quem pode acreditar nisso? Nem mesmo uma criança.

O articulista deve estar tentando surfar a onda e a propaganda que se formou em torno de “investigação” que ligava o PCC a um esquema de lavagem de dinheiro na Faria Lima, centro financeiro da capital paulista.

Nenhum tubarão foi preso. E essa operação tem o dedo do imperialismo, basta ver o empenho que a Rede Globo empreendeu para divulgar.

A proposta de Giordano também tem a ver com o imperialismo, basta ver o trecho em que diz que defende a “reestruturação da polícia que valorize o bom policial e a técnica policial. Uma polícia investigativa, com capacidade de operações planejadas, forte, bem treinada, que saiba exatamente onde e como agir, seguindo os melhores modelos internacionais. – grifo nosso.

No Brasil, a Polícia Federal mantém “acordos” com organismos internacionais, e o resultado é que está infiltrada por agentes da CIA e do Mossad. No Brasil, está praticamente barrada a entrada de palestinos, e isso só pode ser ordem vinda de fora.

As polícias são parte do aparato repressor do Estado. Serve para garantir os interesses da burguesia. É um delírio propor uma polícia que seja parte do pacto democrático, que proteja o povo e não seja usada para políticas de ódio. É esse modelo que efetivamente desarticula quadrilhas, prende criminosos graúdos e reduz a violência. Não quem grita mais alto, não quem posa de mais valente”.

Em um último suspiro, beirando o pranto, Giordano escreve: “esse é o caminho que precisamos trilhar no Rio de Janeiro. Uma polícia técnica, investigativa, protegida e valorizada, porque é assim que se combate o crime organizado de verdade e se defende, ao mesmo tempo, a vida, a democracia e o povo”.

Acordo com imperialismo

A única forma de combater a criminalidade é acabando com as desigualdades sociais. A questão é que estas apenas aumentam. A concentração de renda no Brasil é gigantesca.

A proposta de Leonardo Giordano está de acordo com o imperialismo. Uma das portas de entrada das tropas americanas em outros países é com a desculpa de se combater o crime organizado.

O articulista faz coro com as ações criminosas do imperialismo que, em vez de combater, apenas aumentam a violência. Depois que os EUA se instalaram na Colômbia para “combater” o narcotráfico, a produção de cocaína triplicou.

Agora, os americanos utilizam isso como desculpa para agredir a Venezuela, acusam o presidente Nicolás Maduro de ser narcotraficante, bombardeiam barcos e promovem execuções sumárias, o que é um crime.

Temos que repudiar essas propostas extremamente reacionárias. Pior, que deixam um flanco para que criminosos internacionais arrumem uma desculpa para nos “auxiliar” no combate ao crime organizado. Quando, de fato, estão de olho em nossas riquezas.

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