O artigo A doutora Viviane e o Master, publicado pelo colunista Elio Gaspari na Folha de S.Paulo, comenta o escândalo do contrato de R$129 milhões do escritório da esposa do ministro Alexandre de Moraes com o Banco Master. O colunista, ao se concentrar no debate sobre o “código de conduta” defendido pleo atual presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Edson Fachin, não apenas erra o alvo, mas se torna um defensor da ditadura do Judiciário sobre a população brasileira.
O escândalo do Banco Master não é um “acidente ético” que seria resolvido com a boa-fé de um código. É a prova material e a confissão pública de que o Judiciário é uma casta não eleita a serviço do capital financeiro, e não do povo.
Gaspari, ao lamentar a falta de um código de conduta, ignora a questão fundamental: o problema não é a ética individual de um ministro, mas a estrutura que o autor defende.
O colunista se apega a essa baboseira de código de conduta porque ele é um defensor convicto da ditadura do Judiciário sobre os demais poderes e sobre a população brasileira. Para Gaspari, a Corte deve ser intocável, e o máximo que se pode exigir dela é um conjunto de regras de boa-conduta que preservem o seu prestígio e a sua supremacia não eleita.
O STF é uma casta não eleita, blindada contra o voto popular. Uma instituição com essa natureza sempre agirá para contemplar seus interesses corporativos e burocráticos, garantindo os interesses da burguesia. Um código de conduta só serviria para dar um selo de “legalidade” a crimes como o salário de R$129 milhões que a casta judicial recebe dos banqueiros.
O contrato entre o escritório da Dra. Viviane Barci de Moraes e o Banco Master é a prova mais concreta da natureza de classe do Judiciário. O STF não está ali para garantir a Constituição; está ali para garantir que os banqueiros não tenham nada a temer.
A Corte, que se move com rapidez implacável para proteger a Operação Lava Jato e e inventar leis que tornam crime o ato de falar na Internet, se afunda em um silêncio total quando o escândalo atinge seus próprios laços com o capital. Esse silêncio é a arrogância da ditadura de toga que se sabe paga e protegida.




