Em declaração feita nesta terça-feira (19), porta-voz da Casa Branca (sede do governo dos Estados Unidos), Karoline Leavitt, elevou o tom das ameaças contra o povo venezuelano. Ela declarou que o governo do republicano Donald Trump não considera o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, como presidente legítimo do país, mas sim como um líder de um “cartel narcoterrorista”, e que os Estados Unidos estão preparados “para usar toda a força norte-americana para impedir a entrada de drogas no nosso país e levar os responsáveis para a Justiça”.
Nos últimos dias, a tensão entre os Estados Unidos e a Venezuela já haviam escalado após o envio de três navios contratorpedeiros com mísseis guiados Aegis para as águas internacionais próximas à costa da Venezuela. Ao mesmo tempo, a Casa Branca passou a ofertar R$50 milhões de dólares, cerca de R$370 milhões de reais, pela captura de Maduro.
Os três navios de guerra — USS Gravely, o USS Jason Dunham e o USS Sampson estão previstos para chegar em breve, de acordo com uma fonte anônima do governo norte-americano à imprensa. Um funcionário do Departamento de Defesa ainda afirmou que foram designadas missões de apoio aos esforços que supostamente são empregados no combate às drogas, enfatizando que permanecerão por “vários meses”. A ofensiva do imperialismo norte-americano tem também pressionando a presidente do México, Claudia Sheinbaum a “cooperar” na “segurança internacional” mais que o presidente anterior, Lopez Obrador, com uma política mais agressiva contra os cartéis mexicanos.
O aumento da crise regional coincide com a crise da dominação imperialista sobre os povos e com o desgaste da política de “combate às drogas” feito pelo governo norte-americano há décadas na região, levando ao aumento do uso de entorpecentes, em especial o fentanil, criando bolsões de usuários de drogas dentro dos próprios Estados Unidos.
Violando o direito internacional e atropelando a soberania dos países, Trump tem classificado organizações como Tren de Aragua, da Venezuela, MS-13, em El Salvador, e mais seis grupos baseados no México como “organizações terroristas”. Situação similar ocorre com Al-Qaeda e o Estado Islâmico.
Na segunda-feira (18), o Nicolás Maduro já havia convocado 4,5 milhões de voluntários das Milícias Bolivarianas para defender o país contra as ameaças do imperialismo norte-americano. A medida foi tomada depois que uma aeronave sobrevoou perto de sua costa, nas águas internacionais, usando o avião espião RC-135 para reconhecimento, inteligência e vigilância, enviando os dados em tempo real aos Estados Unidos, na quinta-feira (14) de acordo com as declarações do secretário de Estado, Marco Rubio.
“ O império enlouqueceu e renovou suas ameaças à paz e à tranquilidade da Venezuela”, afirmou Nicolás Maduro em uma manifestação em apoio à soberania nacional em Caracas. A Milícia Nacional Bolivariana da Venezuela é um componente das Forças Armadas Nacional Bolivariana, parte do exército venezuelano, criada em 2009 para enfrentar as manifestações golpistas da direita venezuelana — as chamados “guarimbas”, milícias fascistas que formam barricadas, espancam militantes e ateiam fogo nas pessoas.
“Os primeiros a manifestar solidariedade e apoio a este presidente trabalhador que aqui está foram os militares desta pátria”. O presidente venezuelano reafirmou a necessidade da unidade política entre os trabalhadores, dos operários e dos camponeses, organizados na forma de milícias, em especial nas fábricas.
“Fuzis e mísseis para a força camponesa! Para defender o território, a soberania e a paz da Venezuela”, proclamou o presidente Maduro. “Mísseis e fuzis para a classe operária, para defender a nossa pátria!”.




