Na última quinta-feira (07), o jornal britânico The Economist, um dos porta-vozes da burguesia imperialista, publicou matéria intitulada “a América do Sul está se tornando rapidamente a área petrolífera mais quente do mundo”, com o subtítulo “a grande descoberta da BP no Brasil aumenta a empolgação”.
A matéria foi publicada dois dias após a British Petroleum (BP), um dos monopólios imperialistas do petróleo e derivados, ter descoberto uma enorme quantidade de petróleo em um dos campos da Bacia de Santos, que está situada a 400 km da costa do Rio de Janeiro, e faz parte do Pré Sal brasileiro.
Conforme noticiado por este Diário, o campo de Bumerangue, em que a descoberta foi feita, e que é controlado pela BP, é maior do que a ilha de Manhattan (EUA), e nele a BP encontrou uma coluna de petróleo de 500 metros, constatando que a matéria prima é de “alta qualidade”. “É a maior descoberta da empresa em 25 anos”, afirmou The Economist.
Utilizando essa descoberta como gancho, The Economist passa a falar sobre o potencial de exploração de petróleo na América do Sul, e coloca expressamente o continente e o Brasil na mira do imperialismo.
Expondo como os Estados Unidos faz dos países sul-americanos suas colônias, The Economist informa que “no ano passado produziu cerca de dois quintos do petróleo bruto produzido pela América do Norte”. Mas esse roubo do petróleo da região, pelo imperialismo, irá piorar com as novas descobertas.
O jornal britânico aponta que a América do Sul “é a região com o crescimento mais rápido do mundo em petróleo e gás e que “até 2030, a produção deverá aumentar em cerca de um terço, em comparação com cerca de um quarto no Oriente Médio e um décimo na América do Norte”.
Então The Economist afirma que “três países sul-americanos se destacam. O primeiro é o Brasil”. Em outras palavras, o jornal lista o Brasil como alvo principal da pilhagem imperialista do petróleo da região. Citando uma empresa de consultoria do imperialismo, The Economist aponta que “a produção de petróleo bruto no país aumentará 10% este ano, para mais de 3,7 milhões de barris por dia (b/d)”, acrescentando que “analistas veem a descoberta de Bumerangue como um sinal positivo para as perspectivas de petróleo do país em geral”.
Falando abertamente sobre a pilhagem que está vindo, o jornal britânico diz que “a BP não é a única empresa de perfuração a apostar alto na América do Sul’, informando que “a descoberta [de petróleo no campo de Bumerangue] também deve aumentar o interesse em um leilão de direitos de exploração de petróleo a ser realizado em outubro”, acrescentando que “gigantes do petróleo, como Chevron, Shell e TotalEnergies, têm operações crescentes no país”.
The Economist também fala sobre o roubo do petróleo da Guiana e da Argentina. No caso da Guiana, o jornal diz que o país, “com uma população de menos de 1 milhão de habitantes, emergiu como outro ponto crítico na América do Sul” e “a [empresa de consultoria] Rystad espera que a produção de petróleo no local aumente 12% este ano, para cerca de 690.000 b/d, chegando a cerca de 1,2 mb/d até 2030”.
Quanto à Argentina, The Economist diz que “seu setor petrolífero […] agora está em plena atividade sob o presidente Javier Milei”, um elogio aberto ao neoliberal puro-sangue que é Milei, bem como uma declaração de intenções sobre o que o imperialismo quer para o Brasil: um novo FHC para roubar todo o petróleo brasileiro.
O jornal porta-voz do imperialismo finaliza sua publicação afirmando que os campos de petróleo de xisto nos Estados Unidos (“transformou o país no maior produtor de petróleo do mundo”) estão envelhecendo e que “o próximo capítulo no crescimento da indústria petrolífera global pode acontecer ao sul”, isto é, coloca o Brasil e países sul-americanos como alvo central na atual ofensiva do imperialismo.
O petróleo brasileiro e sul-americano tornam-se alvos primordiais dos Estados Unidos e demais países imperialistas em momento em que a ditadura do imperialismo no Oriente Próximo está em seu maior período de enfraquecimento e instabilidade, em toda sua história. Durante décadas, esta foi a principal região de onde o imperialismo roubava petróleo. Com o fortalecimento do Irã e do Eixo da Resistência, e principalmente depois da Operação Dilúvio de al-Aqsa, operação militar revolucionária liderada pelo Hamas, o roubo do petróleo dessa região vem se tornando cada vez mais difícil.
Paralelamente a isto, a guerra de agressão do imperialismo contra a Rússia (um dos maiores fornecedores de petróleo à Europa), e as sanções imperialistas aplicadas contra o gigante do Leste, provocaram uma crise energética no imperialismo Europeu, que continua sem solução.
Com isto, como apontado pelo The Economist, o petróleo do Brasil e a América do Sul se tornam o principal alvo do imperialismo em sua atual ofensiva. E para conseguir aumentar o roubo de tamanha riqueza sem que a população se insurja e expulse o imperialismo do Brasil e demais países, ditaduras ferozes e criminosas serão erguidas aqui e em todo o continente.





