Oriente Médio

Não à agressão imperialista contra o Iêmen

País governado pelo revolucionário Ansar Alá é vítima de ataques covardes dos Estados Unidos e do Reino Unido devido a seu apoio inabalável ao povo palestino

Nessa segunda-feira (24), segundo o horário de Brasília, o Setor de Direitos Humanos da província iemenita de Saada condenou os ataques norte-americanos contra as instalações do Hospital Al-Rasul Al-Azam, especializado no tratamento de câncer. O Setor afirmou que o ataque a instalações civis representa uma flagrante violação dos direitos humanos, um crime de guerra completo e uma transgressão de todas as leis e convenções internacionais. Por fim, o órgão governamental exigiu que a comunidade internacional e as organizações internacionais e humanitárias intervenham para pôr fim às ações brutais dos Estados Unidos e de “Israel”, levando os responsáveis a tribunais internacionais especializados para que recebam as devidas punições.

Esta é a segunda vez, em poucos dias, que o hospital é atingido por bombardeios. Recentemente, os Estados Unidos realizaram 13 bombardeios deliberados contra o hospital, causando a destruição de grandes partes de sua estrutura e danos catastróficos às instalações vitais. Em comunicado, o Fundo de Combate ao Câncer enfatizou que os ataques fazem parte de um plano sistemático do imperialismo norte-americano que visa o povo iemenita há anos, por meio de bombardeios e de um bloqueio sufocante, o que agravou as condições de saúde e provocou a disseminação de doenças mortais, especialmente o câncer, que se alastrou devido ao uso de armas proibidas internacionalmente desde 2015.

O Hospital Al-Rasul Al-Azam não foi a única região atingida naquele dia em Saada. Aviões de guerra norte-americanos realizaram 12 ataques na cidade na segunda-feira (24), além de atingir os distritos de Saqin, Kitaf e Sahar.

O dia anterior ao bombardeio de Hospital Al-Rasul Al-Azam também foi marcado por uma sequência de ataques covardes ao Iêmen. Aviões de guerra norte-americanos bombardearam o norte do país com diversos ataques aéreos na noite de domingo (23), tendo como principal alvo Saada. Além disso, os Estados Unidos lançaram ataques aéreos contra a capital iemenita, Sana.

No sábado (22), três ataques aéreos tiveram como alvo o Aeroporto Internacional de Hodeidah, enquanto outros ataques atingiram al-Manzar, no oeste do Iêmen, o Porto de Salif, na província de Hodeidah, e a cidade de Majzar, na província de Maarib, no nordeste do país, onde foram realizados cinco bombardeios.

Os ataques criminosos registrados nos últimos dias são parte de uma ofensiva comandada pelo imperialismo norte-americano que teve início no dia 15 de março, quando dezenas de iemenitas foram assassinados em um ataque surpresa. As agressões contam com a participação direta do imperialismo britânico e com o apoio de países árabes vassalos do imperialismo e do sionismo.

A ofensiva contra o Iêmen é parte de um esforço do imperialismo de tentar fazer o país recuar de sua postura diante do genocídio do povo palestino. Comandado pelo partido revolucionário Ansar Alá, o Iêmen vem prestando uma solidariedade real à população da Faixa de Gaza por meio de sucessivas ações militares contra o sionismo e contra o imperialismo.

Durante todos os 15 meses da Operação Dilúvio de Al-Aqsa, o Iêmen impôs um bloqueio naval aos navios israelenses e aqueles que se dirigiam à Palestina ocupada, causando um grande impacto na economia do enclave imperialista. No último período, quando “Israel” decidiu impor um bloqueio de água e alimentos contra a população de Gaza, o Iêmen retomou suas operações.

Em uma declaração mentirosa, o presidente norte-americano Donald Trump anunciou, em 15 de março, que os ataques contra o Iêmen teriam o objetivo de responder aos ataques do Ansar Alá à frota de seu país. O Iêmen, contudo, não havia atacado um único navio norte-americano desde o acordo de cessar-fogo. Trump também utilizou seu perfil nas redes sociais para pedir à República Islâmica do Irã que deixasse de apoiar o Ansar Alá.

Repetidamente, líderes do Ansar Alá, comandantes militares e autoridades governamentais afirmaram que nada iria impedir as suas ações de solidariedade ao povo palestino.

Na noite dessa segunda-feira (24), as Forças Armadas do Iêmen anunciaram a realização de operações militares que tiveram como alvo o Aeroporto Ben Gurion, na área ocupada de Jafa, o porta-aviões norte-americano “Truman” e várias “embarcações inimigas”, utilizando uma combinação de mísseis balísticos, mísseis de cruzeiro e veículos aéreos não tripulados (VANTs). O Ansar Alá afirmou que as ações teriam frustrado “um ataque aéreo que o inimigo preparava contra o território iemenita”.

No dia 21 de março, o Iêmen havia anunciado que o Aeroporto Ben Gurion não seria uma zona segura até que o genocídio na Faixa de Gaza cessasse, ameaçando bloquear, por meio de seus mísseis, o espaço aéreo da Palestina ocupada.

De acordo com o conselheiro de Segurança Nacional dos Estados Unidos, Mike Waltz, as operações crescentes do Ansar Alá forçaram uma mudança drástica nas operações marítimas dos Estados Unidos, com a maioria dos navios com bandeira norte-americana agora evitando o Mar Vermelho. De acordo com o conselheiro, as embarcações estão sendo redirecionadas ao redor da ponta sul da África para reduzir a exposição às ameaças em escala crescente.

“Setenta e cinco por cento da nossa navegação com bandeira dos EUA agora precisa contornar a costa sul da África, em vez de passar pelo Canal de Suez”, disse Waltz durante uma entrevista ao programa Face the Nation, da emissora norte-americana CBS. Ele enfatizou a gravidade da situação, observando que, “da última vez que um de nossos destróieres passou pelo estreito, foi atacado 23 vezes”.

A agressão ao Iêmen expõe claramente o sentido geral da política do imperialismo. Os povos que almejam sua liberdade, que não estão dispostos a viverem sob a ditadura dos grandes monopólios que arrasaram países inteiros, são tratados com a mais absoluta violência.

A violência do imperialismo, no entanto, não é um sinal de força, mas de fraqueza. Mostra que a autoridade do imperialismo está sendo cada vez mais contestada – o que exige uma reação cada vez mais violenta. O fato de que o Ansar Alá vem reagindo a essa violência com operações bem sucedidas pelo ar e pelo mar demonstra que, apesar de sua brutalidade, o imperialismo pode e deve ser enfrentado.

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