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Retrospectiva 2024

Na mira do Mossad no Brasil: Partido da Causa Operária

O ano teve grandes embates entre o PCO e os sionista no País, que apesar do lobby bilionário, não conseguiram impedir o desenvolvimento de uma política de apoio à Resistência

Em matéria e assinada por Maria Zuppello e publicada em 26 de fevereiro de 2024 em um dos mais sionistas órgãos de imprensa da América Latina, o argentino Infobae critica declarações do presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva em oposição ao horror sionista. Intitulada Las declaraciones de Lula contra Israel disparan el antisemitismo en Brasil y empoderan a los extremistas pro Hamas, o artigo de Infobae critica a posição de Lula, mas destaca o Partido da Causa Operária e o encontro da direção da agremiação com a liderança do Hamas em sua matéria, como um suposto sintoma do “antissemitismo” no Brasil. Diz o artigo assinado por Zuppello:

“Por outro lado, não houve nenhum comentário de Lula, Amorim ou mesmo do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sobre a reunião no Catar de Rui Costa Pimenta, presidente do Partido da Causa Operária (PCO), com um dos líderes do Hamas, Ismail Hanié, e as declarações que se seguiram. O PCO apoiou Lula na campanha eleitoral. Imediatamente após a reunião com Hanié, Rui Costa Pimenta disse à Al Jazeera em uma entrevista que “no Brasil, muitas pessoas e partidos políticos estão pedindo o corte das relações diplomáticas com Israel por causa do que está acontecendo em Gaza. Muitas pessoas do partido do presidente também estão pedindo que cortemos as relações diplomáticas”. Pimenta disse ainda que apoia ‘a luta armada na Palestina’.

‘Israel só entende a linguagem da força, por isso apoiamos incondicionalmente a resistência em Gaza’, disse ele. Também não faltaram comentários positivos sobre o Hesbolá, que ‘desempenha um papel crucial na ajuda aos palestinos em sua luta contra o sionismo’, de acordo com Pimenta. Um canal do Telegram chamado ‘PCO, Partido da Causa Operária’ também incita a morte de judeus. ‘Nem um judeu, nem um judeu americano, nem um israelense vivo neste mundo’, diz uma mensagem compartilhada pelo grupo, que também se baseia fortemente na propaganda russa, cujas estratégias incluem abraçar causas políticas em países onde deseja promover seus interesses, como o Brasil.”

Outra matéria do Infobae, intitulada Los motivos del frustrado viaje a Brasil de Edgardo Rubén Assad, el argentino al servicio de la Revolución Islámica de Irán destaca também o PCO, deixando evidente que em 2024, o partido entrou definitivamente na mira da extrema direita sionista internacional. As menções repetem um padrão observado desde o 7 de Outubro, quando militantes do PCO desafiaram a ditadura mundial sustentada pelo terror do Mossad, o serviço de inteligência de “Israel”, e proclamaram que a agremiação estava “1.000% com o Hamas”.

Na ocasião, queixas-crimes foram protocoladas por representantes do sionismo no Brasil, principalmente a base parlamentar bolsonarista, mas não apenas a extrema direita. Mais próxima do PSDB, a Confederação Israelita do Brasil (CONIB) foi uma das entidades que processaram o PCO por apoiar a Revolução Palestina, o que levou os dirigentes do partido Rui Costa Pimenta e Francisco Muniz a deporem nas dependências da Polícia Federal em 19 de julho. Como destacou matéria deste Diário Causa Operária da época, intitulada Em processo movido pela Conib, Rui Pimenta e Francisco Muniz deporão à PF nesta sexta-feira, “o inquérito policial é o resultado da unificação de três investigações da Polícia Civil, a pedido do Ministério Público Federal (MPF):

  • Investigação 2024.0016636 (aberta pela Frente Ampla Democrática Pelos Direitos Humanos – Faddh)
    • Investigação 2024.0015170 (aberta pela Confederação Israelita do Brasil – Conib)
    • Investigação 2024.0018518 (aberta por José Ivanilson Ramos)”

No mesmo mês, porém alguns dias antes, outro militante do Partido era alvo de perseguição promovida pelo sionismo. Trata-se de Ieri Braga, militante que distribuiu panfletos a parlamentares em Brasília trajando uma camiseta do Hamas, fenômeno que ganhou notoriedade mundial. Em matéria da época, este Diário informou:

“Militante do Partido da Causa Operária (PCO), Ieri Braga passou a ser alvo de um processo aberto pela Delegacia de Polícia Legislativa da Câmara dos Deputados após aparecer em uma sessão vestindo uma camisa do Movimento de Resistência Islâmica (Hamas). A sessão, que visava prestar solidariedade ao povo palestino, vítima de um genocídio em curso na Faixa de Gaza, foi transmitida ao vivo pela TV Câmara, de modo que as imagens de Ieri Braga com a camisa do Hamas rapidamente se espalharam pelo País.”

Apesar da determinação da Polícia Legislativa da Câmara dos Deputados, o processo não seguiu em frente, sendo arquivado pela Justiça do Distrito Federal, a pedido também do Ministério Público local. Se a Justiça do DF teria reservas em dar prosseguimento a um processo farsesco, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) teria bem menos.

Com o Partido antecipando que usaria o palanque eleitoral para a defesa da Palestina, o órgão promoveu um duro ataque para impedir isso, simplesmente bloqueando o fundo partidário a que a agremiação tem direito por lei. Em nota oficial, publicada em 19 de setembro de 2024, a direção do PCO apontou o centro da ofensiva da justiça eleitoral:

“Não bastasse esse conjunto de ataques do Judiciário contra o partido por conta de nossa defesa das liberdades democráticas, temos também a questão palestina. O partido é a organização mais destacada nessa questão, na defesa do povo palestino e da resistência armada contra a Ocupação, ou seja, o Estado fascista de ‘Israel’. Por conta desta atuação, o PCO é vítima de incontáveis pedidos de cassação no TSE, bem como investigações criminais nesta questão. Importante destacar que diversos ministros do STF, que compõem ou compuseram o TSE, se manifestaram fora dos autos criticando a resistência palestina, acusando-a de terrorismo, o caso mais notável sendo o presidente do STF, Luís Roberto Barroso, e o ministro André Mendonça, que, por acaso, também é ministro do TSE.”

Somente no dia 25 de setembro, a 11 dias da votação, é que o fundo eleitoral seria, enfim, disponibilizado. O Partido, naturalmente, procurou cobrir as despesas da agitação política com campanha financeira junto a simpatizantes e apoiadores da luta do povo palestino, mas o estrago foi inegável e o caráter político idem.

Não tardaria para que a força do Mossad a luta do sionismo contra o PCO se manifestasse também na mobilização convocada pelo Partido contra os genocidas presentes no País em 18 de novembro, onde líderes dos principais países imperialistas do mundo reuniram-se na cidade do Rio de Janeiro. Sob a clara pressão do imperialismo, um verdadeiro aparato de guerra fora montado na Cinelândia, onde a manifestação fora marcada com muita antecedência, mas encontrou uma mobilização liderada pelo próprio governo federal para impedir que a mesma fosse maior, o que envolveu fechamento dos metrôs das proximidades, cercamento do local com forte aparato da polícia fluminense.

O esquema de repressão dificultou ao máximo o acesso dos participantes à praça central da Cinelândia, impedindo também que palcos e estrutura de som fossem montados, além de reprimir vendedores ambulantes, impedidos de venderem água dentro do cercado. Como que para coroar o festival de horrores, ao final, os manifestantes oriundos de outros estados foram obrigados pela PM a deixar a cidade, o que causou enormes transtornos logísticos à organização. Tudo à revelia de qualquer lei, em frontal oposição aos direitos do povo brasileiro.

Apesar de tudo, como nos enfrentamentos anteriores, os agentes do Mossad não conseguiram impedir nem a manifestação e nem o desenvolvimento de uma política de apoio à Resistência. Como no resto do mundo, os ataques perpetrados pelos sionistas tornaram não apenas a causa palestina mais popular, mas também o Hamas e demais partidos da Resistência.

Ponto de discordância entre o PCO e as demais forças da esquerda até o primeiro semestre, o Hamas subiu de patamar, auferindo uma grande e crescente popularidade junto ao povo brasileiro. Uma vitória para o Partido e para a Resistência, além de uma derrota para o Mossad e a ditadura sionista, o inimigo comum aos povos oprimidos do planeta.

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