Ricardo Machado

É dirigente do Sindicato dos Bancários de Brasília e ex-dirigente da CUT-DF. Integra a Coordenação dos Comitês de Luta do DF e Membro do Partido da Causa Operária (PCO)

Coluna

Mudança na presidência do BRB: troca de seis por meia dúzia

Sempre é bom lembrar que Nelson Souza foi presidente da Caixa Econômica Federal no governo do golpista Michel Temer

Com a crise do Banco Master e do governo do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, com a suspeitíssima compra pelo Banco de Brasília (BRB) de 49% das ações ordinárias do Banco Master por R$ 2 bilhões, venda essa que, à época, Daniel Vorcaro, presidente do Master, diante da dificuldade de encontrar compradores privados, apostou na via política e articulou com caciques do PP e do União Brasil — Ciro Nogueira e Antônio Rueda, aliados de Ibaneis — para a compra do Banco Master, tenta também, por meios políticos, se safar da crise com a troca da presidência do BRB. Além da compra das ações, a direção do BRB é investigada por ter investido R$ 12,2 bilhões na compra de créditos falsos do Banco Master.

O “novo” presidente do BRB, Nelson Souza, teve sua aprovação, em sessão ordinária, pela Câmara Legislativa do DF no dia 25 de novembro, cuja base aliada do governo, ou seja, a direita, com 16 votos, votou em peso pela aprovação da nomeação de Nelson como o “novo” presidente do BRB, com votos contrários de seis parlamentares de setores da esquerda.

Logicamente, toda a imprensa venal capitalista saiu em defesa da nova nomeação, já que Nelson Souza é considerado uma “autoridade” no quesito mercado financeiro, tendo presidido a Caixa Econômica Federal, o Banco do Nordeste, a Brasilcap e, até recentemente, sendo vice-presidente da Elo.

Por outro lado, a reação do movimento sindical, que se reuniu com o “novo” presidente do BRB na última quarta-feira (3), afirma que “a impressão inicial é de que Nelson chegou disposto a trabalhar pelo fortalecimento do banco. No entanto, será fundamental acompanhar de perto as ações que serão adotadas, a composição da nova gestão e, sobretudo, se o pilar central de qualquer instituição financeira, as pessoas que constroem o banco diariamente, será realmente valorizado, conforme prometido”. (Bancários DF, 04/12/2025)

Sempre é bom lembrar que Nelson Souza foi presidente da Caixa Econômica Federal no governo do golpista Michel Temer, gestão essa que foi de abril de 2018 a janeiro de 2019, período em que a Caixa Federal estava no olho do furacão para ser entregue aos banqueiros nacionais e internacionais, dando continuidade à política cujo resultado foi a demissão de mais de 10 mil trabalhadores, por meio dos famigerados Planos de Demissões “Voluntárias” (PDV), além do fechamento de dezenas de agências e dependências administrativas.

Foi na gestão de Nelson Souza que a direção da Caixa lançou um programa de “eficiência” “para reduzir gastos e economizar R$ 2,5 bilhões”. A medida atingiu todo tipo de despesas, como pagamento de horas extras para funcionários, revisão de contratos de aluguel, de prestação de serviços e até mesmo economia de copinhos de café, conforme declarou Rita Serrano, à época eleita pelo funcionalismo para exercer o cargo no Conselho de Administração da Caixa. Ela acrescenta: “o banco público também tem que dar resultado, mas, se ele é igual ao privado, perde a razão de existir. A ideia é empurrar a população, sobretudo de baixa renda, para os correspondentes bancários, como lotéricas, dificultando o processo de bancarização e tornando o atendimento mais precário”.

Ou seja, e aí não podemos ter nenhuma ilusão: o atual presidente do BRB foi escolhido a dedo por Ibaneis, um genuíno neoliberal puro-sangue.

Por isso, é preciso denunciar o que está por trás de mais uma jogada do governo Ibaneis e seus asseclas. A troca na presidência do BRB é o mesmo que tirar seis e colocar meia dúzia no lugar: é colocar a raposa para tomar conta do galinheiro.

A única forma de defender os interesses dos trabalhadores e da população de Brasília é organizar uma gigantesca mobilização, conjuntamente com as demais empresas públicas do Distrito Federal — as que sobraram depois das privatizações do governo Ibaneis — para barrar a ofensiva reacionária da direita, que visa entregar o patrimônio do povo para meia dúzia de parasitas capitalistas.

* A opinião dos colunistas não reflete, necessariamente, a opinião deste Diário

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