Na última sexta-feira (10), pistoleiros dos latifundiários executaram dois militantes do MST e feriram alvejou outros seis no Assentamento Olga Benário, em Tremembé (SP). O movimento calcula que cerca de 25 homens armados fizeram o atentado, já que teriam chegado em cinco carros cheios, além de motos. No entanto, a polícia civil é incapaz de realizar uma investigação rapidamente, claramente agindo a serviço da especulação imobiliária, que quer despejar os assentados.
“Quem tem que descobrir isso realmente é a polícia e eles têm como identificar porque dos dois lados da rodovia têm câmeras: não tem como cruzar lá sem ser identificado”, atesta Altamir Pontes, da direção do MST em São Paulo.
O dirigente ainda denuncia que “a gente observa ainda má vontade neste processo por parte da Polícia Civil pela distorção dos fatos, como se fosse um problema interno do assentamento – e não é”.
Até o momento, a Polícia Civil prendeu “Nero do Piseiro”, como é conhecido Antônio Martins dos Santos Filho, que teria confessado participação. Outro suspeito, Ítalo Rodrigues da Silva, teve a ordem de prisão decretada pela Justiça e está foragido desde domingo (12).
O militante do MST Reginaldo afirma que “quando fizemos a primeira ocupação no Vale do Paraíba em 1994, onde é hoje o assentamento Conquista, este trecho era tudo pasto. Hoje é tudo condomínio. E não tem mais para onde a cidade crescer. Então o valor passa de R$100 o metro quadrado. Um lote que para o assentado não tem uma precificação alta, para o mercado imobiliário, um deste aqui chega a R$5 milhões, R$7 milhões”.
Fica claro que a polícia civil age à serviço dos latifundiários e da especulação imobiliária. Não avançam uma investigação simples de ser feita em um dos piores massacres recentes do estado de São Paulo. O MST, para garantir sua segurança, deve formar comitês de auto-defesa para impedir massacres como esse e garantir a reforma agrária.