Na quinta-feira (30), o presidente Lula recebeu representantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) no Palácio do Planalto para discutir a reforma agrária. Durante a reunião, João Paulo Rodrigues, coordenador do MST, expressou insatisfação com o programa de assentamentos, considerando o número anual de 1.500 famílias assentadas totalmente insuficiente. Ele classificou esse número como “ridículo” diante das necessidades do movimento e cobrou que o governo parta para cima dos latifundiários com mais afinco.
O ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, prometeu ampliar o número de assentamentos, garantindo que mais de 30 mil famílias seriam beneficiadas em 2024. Isso é menos da metade do que o MST reivindica, 65 mil assentamentos. Teixeira afirmou que as limitações orçamentárias de Haddad dificultam avanços na reforma agrária e afirmou que espera um aumento significativo no orçamento para 2025, o que ainda está em disputa.
Além da questão dos assentamentos, o MST solicitou um aumento nos recursos da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e apresentou sugestões para impulsionar a produção de alimentos. Lula anunciou que visitará um assentamento em fevereiro e lançará o programa Desenrola Rural, voltado para a agricultura familiar.
O MST está correto de cobrar o governo Lula, mas a melhor cobrança possível é ampliar a mobilização no campo e nas cidades. Só assim o governo Lula poderá governar em prol dos trabalhadores rurais sem terra.