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Europa

Morre o fascista francês Jean-Marie Le Pen

Jean-Marie Le Pen era um ex-paraquedista que dirigiu a Frente Nacional no período entre 1972 a 2011

Nessa terça-feira (7), Jean-Marie Le Pen, fundador do partido de extrema direita francês Frente Nacional, morreu aos 96 anos. Le Pen era pai da atual líder do Reunião Nacional, Marine Le Pen, que expulso o próprio pai do partido e hoje é a principal liderança fascista da França.

Jean-Marie Le Pen era um ex-paraquedista que dirigiu a Frente Nacional no período entre 1972 a 2011. Por várias vezes, Le Pen chamou a atenção por seus comentários sobre o Holocausto, que considerava “apenas um detalhe da história”.

A expulsão de Le Pen, por sua vez, é parte típica da história dos movimentos de extrema direita. Marine Le Pen, diante da possibilidade de o seu partido assumir um papel importante no regime político, decidiu expulsar o pai para tentar tornar o partido mais palatável para o grande capital. Até mesmo o Partido Nazista, de Adolf Hitler, passou por esse momento, eliminando as lideranças de sua milícia mais radical, a SA.

Segundo a família, Jean-Marie Le Pen estava em uma casa de repouso havia várias semanas. A comitiva de Marine Le Pen disse que ela não faria nenhum comentário imediato.

No ano passado, Le Pen enfrentou acusações de desvio de dinheiro do Parlamento Europeu com empregos falsos. Jean-Marie Le Pen foi dispensado de comparecer ao tribunal por motivos de saúde.

O governo de Emmanuel Macron, apresentado como um dos grandes “democratas” pela imprensa imperialista, lamentou a morte do fascista. Em comunicado, destacou que Le Pen foi deputado três vezes, candidato presidencial cinco vezes, eurodeputado sete vezes, vereador e conselheiro regional. “Uma figura histórica da extrema direita, ele desempenhou um papel na vida pública de nosso país por quase 70 anos, o que agora é uma questão para a história julgar”, disse o comunicado.

Vinte e três anos atrás, ele colocou a extrema direita no centro da política francesa com seu surpreendente segundo lugar no primeiro turno da eleição presidencial de 2002. No segundo turno, ele foi derrotado por Jacques Chirac com uma vitória esmagadora.

Le Pen foi condenado e multado várias vezes por contestar crimes contra a humanidade e, em 2014, sugeriu que o vírus Ebola poderia ser uma solução para a explosão populacional global. Dois anos depois, ele foi condenado por “provocar ódio e discriminação étnica” por dizer em uma reunião pública três anos antes que os ciganos na cidade eram “indutores de erupção” e fedorentos.

A ascensão de Le Pen, no entanto, mostra o fracasso da política de utilizar o Judiciário para reprimir a extrema direita. Após a última eleição para o parlamento europeu, a Reunião Nacional se tornou um partido sem o qual o presidente francês não consegue governar.

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