Um dos maiores críticos de cinema do Brasil, Jean-Claude Bernardet faleceu aos 88 anos no sábado (12), em São Paulo. Internado no Hospital Samaritano, ele enfrentava um câncer de próstata, que optou por não tratar com quimioterapia, além de HIV e degeneração ocular.
Nascido na Bélgica e naturalizado brasileiro em 1964, Bernardet foi professor da USP, cassado pelo AI-5 durante a ditadura militar e reintegrado em 1979. Suas análises sobre o cinema novo e marginal influenciaram cineastas como Eduardo Coutinho. Atuou em filmes, escreveu roteiros e dirigiu peças, com destaque para “FilmeFobia” (2008). O velório ocorreu na Cinemateca Brasileira. Bernardet sistematizou a história do cinema brasileiro com obras como “Brasil em Tempo de Cinema” (1967), desafiando cineastas a repensarem a representação da realidade nacional.
Sua postura polêmica e seu engajamento em debates culturais marcaram gerações. Nos últimos anos, ele criticou a mercantilização da saúde, abordando sua experiência com o câncer em “O Corpo Crítico” (2021), consolidando seu legado como pensador incansável.





