Cinema

Morre cineasta francês Marcel Ophuls, aos 97 anos

Falecido no último dia 24 foi autor de “A Tristeza e a Piedade”, que desmascarou o colaboracionismo francês com o nazismo

O cineasta franco-alemão Marcel Ophuls faleceu no último dia 24, aos 97 anos, em sua casa, segundo informou seu neto Andreas-Benjamin Seyfert, à agência de notícias AFP. A família confirmou que Ophuls morreu pacificamente, sem detalhes adicionais sobre sua condição de saúde. Reconhecido pelo documentário “A Tristeza e a Piedade” (1969), o cineasta marcou a história do cinema ao expor a colaboração do governo francês com a ocupação nazista durante a Segunda Guerra Mundial. O diretor foi premiado com um Oscar em 1989 por “Hotel Terminus”.

Nascido em 1º de novembro de 1927, filho da atriz alemã Hilde Wall e do cineasta judeu Max Ophuls, Marcel fugiu da Alemanha nazista com sua família, chegando à França e, posteriormente, aos Estados Unidos em 1941. Cresceu em Hollywood e serviu como soldado no Japão em 1946, retornando à França em 1950, onde iniciou sua carreira como assistente de direção. Sua trajetória reflete a influência de uma geração de cineastas exilados, como Billy Wilder e Fritz Lang.

“A Tristeza e a Piedade” (1969) é sua obra mais emblemática, um documentário de quatro horas que revelou a colaboração do regime de Vichy, alinhado ao imperialismo francês, com os nazistas. O filme desmonta o mito da resistência universal francesa, mostrando como setores do governo e da sociedade facilitaram a ocupação.

Ophuls, ao abordar o tema, declarou: “quem pode dizer que sua nação teria se comportado melhor nas mesmas circunstâncias?” A obra causou polêmica, sendo inicialmente censurada na França, mas tornou-se referência para estudos sobre memória coletiva, segundo a Cinemateca Francesa.

Ophuls também dirigiu “Hotel Terminus – A vida e o tempo de Klaus Barbie” (1988), que investigou o criminoso nazista que se refugiou na América do Sul, onde se tornou um organizador do tráfico de drogas até ser capturado e levado à França. A obra rendeu ao autor o Oscar de melhor documentário.

Sua filmografia, marcada por entrevistas minuciosas e arquivos históricos, é reconhecida por enfrentar verdades incômodas. Em 2023, a revista Cahiers du Cinéma destacou que seus filmes influenciaram documentaristas como Michael Moore e Errol Morris. A morte de Ophuls foi lamentada por instituições culturais francesas, como o Centre Pompidou, que planeja uma retrospectiva de sua obra em 2026.

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