Às vésperas de 2025, os egípcios se despediram de Ahmed Adaueia (1946-2024), cuja voz singular revolucionou a música popular do aís e lançou as bases para um novo gênero que influenciou inúmeros artistas. Seu filho, o cantor Mohamed Adaweya, anunciou seu falecimento após uma longa luta contra problemas de saúde.
Ahmed alcançou a fama iniciando sua carreira em casamentos e cafés antes de chegar à vibrante Rua Mohammed Ali, no Cairo, no início dos anos 1970. Em uma época dominada por lendas como Abdel Halim Hafez, Adaueia despontou ao cantar no casamento da atriz Sherifa Fadel, o que lhe garantiu um contrato com a gravadora egípcia Saut Al-Hubb para produzir sucessos como Zahma Ya Donia Zahma e El-Sah El-Dah Embo.
A sua música marcou uma virada no gênero popular, saindo do estilo calmo de artistas como Shafik Galal para ritmos mais rápidos e dinâmicos, que se alinhavam com a era de Anuar Sadat. Sua fama se estendeu ao cinema, onde participou de 34 produções, apesar de não ter o mesmo talento para atuar que um protagonista.
Entre suas contribuições memoráveis está a canção El-Sah El-Dah Embo, que ele cantou ao lado de Abdel Halim Hafez em 1976. No entanto, a carreira de Adaueia foi interrompida por um episódio que ficou conhecido como “tentativa de assassinato artístico,” envolvendo uma overdose de drogas que o deixou sem voz temporariamente. Após uma pausa de dez anos, ele retornou triunfante com sucessos como El-Nas El-Raiqa, ao lado do cantor libanês Rami Aiach.