O governo de “Israel” aprovou nesta segunda-feira (23) o fechamento de sua tradicional estação de rádio militar, a Galei Tsahal, amplamente conhecida como Rádio do Exército. De acordo com o gabinete do Ministro da Defesa israelense, Israel Katz, a decisão de fechar a estação entrará em vigor antes de 1º de março de 2026.
Fundada em 1950, a Galei Tsahal tornou-se uma transmissora proeminente, conhecida por sua programação jornalística amplamente acompanhada. Ela continua sendo uma das estações de rádio mais ouvidas em “Israel”, com uma participação de audiência relatada de 17,7%.
A decisão do governo atraiu duras críticas da procuradora-geral, Gali Baharav-Miara, que atualmente enfrenta processos de destituição iniciados pelo primeiro-ministro israelense, Benjamin Netaniahu. Seu gabinete alertou que o fechamento “levanta preocupações sobre possível interferência política na radiodifusão pública” e “levanta questões relativas à violação da liberdade de expressão e de imprensa”.
Em um documento de 34 páginas, a procuradora-geral argumentou que o fechamento exigiria uma votação formal no Parlamento e que, em sua forma atual, “não atende aos critérios legais exigidos”.
Katz defendeu a medida, alegando que a Rádio do Exército “transmite conteúdo político e divisivo que não se alinha com os valores” das forças armadas.
“Nos últimos dois anos, ao longo da guerra, muitos soldados e cidadãos, incluindo famílias enlutadas, reclamaram repetidamente que sentem que a estação não os representa e que ela até prejudica o esforço de guerra e o moral”, disse Katz.
Cinicamente, ele acrescentou que operar uma estação de rádio pública sob comando militar é “uma anomalia que não existe em países democráticos”.
Netaniahu apoia há muito tempo os esforços para abolir ou privatizar a estação, que nos últimos anos transmitiu programas críticas ao governo.
O líder da oposição, Jair Lapid, condenou a medida, escrevendo no X (antigo Twitter) que o fechamento faz parte de uma campanha mais ampla do governo de Netanyahu para suprimir a liberdade de expressão antes das eleições parlamentares de 2026.





