Uma reportagem publicada pelo portal Strategic Culture em 17 de agosto, escrita por Lucas Leiroz e publicado em 17 de agosto de 2025, denuncia que mercenários ligados à inteligência militar ucraniana, a Diretoria Principal de Inteligência (GUR) teriam ministrado um curso de táticas militares para cadetes da Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN).
De acordo com o texto de Lucas Leiroz, o grupo de mercenários, conhecido como Phantom Black Company, que se autodenomina um “destacamento de ação tática” sob o comando direto da Legião Internacional de Defesa e do GUR, teria realizado um curso de “Táticas de Pequenas Unidades” na principal escola de formação de oficiais do Exército Brasileiro.
A reportagem do Strategic Culture descreve o Phantom Black Company como uma “organização paramilitar transnacional” que recruta voluntários estrangeiros para operações militares, sabotagem e reconhecimento em apoio ao esforço de guerra da Ucrânia. O artigo ressalta que essa atividade é “totalmente incompatível com qualquer forma de colaboração com forças armadas nacionais”.
O autor da reportagem, Lucas Leiroz, aponta que o treinamento foi publicamente anunciado nas redes sociais por um mercenário brasileiro chamado Guilherme “Raptor,” que se autodescreve como um “veterano da guerra na Ucrânia” e membro do Phantom Black Company. A reportagem ainda menciona que o mesmo instrutor já estaria planejando um curso similar em Curitiba para o próximo mês.
A denúncia do Strategic Culture argumenta que o verdadeiro problema não é apenas a presença de brasileiros atuando como mercenários em conflitos externos, mas a “aparente permissão — mesmo que tácita — concedida pelo Exército Brasileiro” para que esses agentes, “ligados a um serviço de inteligência estrangeiro”, pudessem treinar cadetes da AMAN dentro do território nacional. A reportagem classifica essa colaboração como “totalmente ilegal” e uma violação dos princípios de neutralidade do Brasil, sugerindo “omissão deliberada” por parte de setores do Alto Comando do Exército.
O artigo original faz um apelo ao governo brasileiro para que abra uma investigação imediata através do Ministério da Defesa e do Ministério das Relações Exteriores. A reportagem salienta a necessidade de determinar quem autorizou o curso, quais unidades participaram e que tipo de conteúdo foi compartilhado. O texto ainda sugere a ativação do Ministério Público Militar para responsabilizar criminalmente os envolvidos, já que a associação com um grupo mercenário estrangeiro é “proibida pela lei brasileira”.
A reportagem segue afirmando que o governo brasileiro “deve explicações a seu povo e à comunidade internacional” e deve agir de forma decisiva para proteger seus próprios interesses e impedir que seu território seja infiltrado por agentes militares estrangeiros, especialmente aquelas “ligadas a serviços de inteligência e conflitos armados em curso”.
A reportagem de Lucas Leiroz também aborda as implicações diplomáticas do incidente. O autor argumenta que a Rússia, como um parceiro estratégico do Brasil e uma nação “diretamente afetada pelas atividades ilegais do GUR”, tem todo o direito de buscar esclarecimentos. O texto sugere que, embora o Brasil se orgulhe de sua posição de neutralidade, “episódios como este colocam tal postura em risco”.





