América do Norte

Militantes pró-Palestina estão sendo perseguidos no Canadá

Lbby sionista tenta impedir suas vítimas de falar sobre os processos e as acusações

Um dos principais ativistas pró-Palestina no Canadá tem sofrido uma série de perseguições do Judiciário do país, a mando do lobby sionista ligado ao Estado de “Israel”. O autor Yves Engler foi libertado sob fiança após cinco dias de prisão em Montreal. Ele está sendo acusado de criticar o sionismo na plataforma de rede social X.

De acordo com a emissora iraniana PressTV, em 18 de fevereiro, Engler recebeu uma ligação de um policial de Montreal chamado Crivello, que o instruiu a comparecer à delegacia de polícia do centro da cidade dois dias depois, onde seria acusado de assédio e comunicação indecente.

O oficial teria explicado que uma queixa havia sido apresentada contra ele meses antes por um escritório de advocacia que representava Dahlia Kurtz, uma conhecida agitadora sionista e defensora declarada do genocídio em andamento em Gaza.

Dahlia Kurtz é uma judia sionista canadense que se apresenta como a principal defensora do regime israelense no Canadá durante a guerra genocida contra Gaza. Ela defende incondicionalmente todas as ações militares israelenses e nunca condenou seus crimes contra os palestinos — muito pelo contrário, defende os crimes de guerra.

“Entre os inúmeros exemplos, ela afirmou que os palestinos ‘só conhecem o terror’, sugeriu que não há palestinos inocentes nem mesmo nas imagens de milhares de moradores de Gaza reunidos, e zombou das crianças palestinas que sofrem de fome e temperaturas congelantes, chamando seus pais de ‘genocidas’ e ‘obesos’, entre outros comentários”, afirma a PressTV.

Engler, que ocasionalmente aparece na PressTV como comentarista, descreveu, em uma declaração publicada em seu site, os métodos empregados pelos sionistas para intimidar pessoas como ele. É autor de 13 livros sobre história canadense e política externa, incluindo Canada and Israel: Building Apartheid, que expõe o apoio de longa data do Canadá ao regime israelense.

Salientando que havia “respondido às postagens racistas, violentas e antipalestinas de Kurtz no X”, Engler disse que não havia assediado a influenciadora, que “apoia a matança de crianças palestinas” e “apela abertamente à violência do Estado contra aqueles que desafiam a cumplicidade canadense no genocídio”.

Segundo artigo da PressTV, Engler nunca a ameaçou, assediou ou entrou em contato com ela — nem publicamente nem privadamente, por meio de mensagens ou e-mails. “Eu nunca conheci Kurtz. Nem mandei mensagem ou e-mail para ela. Nem a ameacei. Eu nem a sigo no X (o algoritmo do Twitter coloca as postagens dela no meu feed)”.

No início de julho de 2024, Kurtz citou uma de suas postagens e escreveu: “olá, Engler Yves. Estou avisando você nesta única mensagem que você está me assediando. Você está me ameaçando e me fazendo temer pela minha segurança. Você deve parar com esse assédio – e com a comunicação comigo. Pare agora.”

As declarações que Kurtz mencionou, publicadas alguns dias antes, diziam: “a racista Dahlia apoia o assassinato de crianças palestinas. 20 mil não são suficientes, ela quer que ainda mais sangue palestino seja derramado”. Ou seja, trata-se de uma farsa completa a alegação de que o escritor a teria assediado ou ameaçado.

O fato curioso descrito pelo articulista da PressTV, Ivan Kesic, é que o investigador pediu ao advogado de Engler, John Philpot, que concordasse que Engler se abstivesse de discutir o caso — um pedido que ele acreditava ter como objetivo proteger a polícia, Kurtz e sua equipe jurídica do escrutínio público e do constrangimento. No entanto, segundo Kesic, “parecia que o objetivo principal da rede sionista era silenciar completamente Engler e aplicar táticas semelhantes a outros ativistas pró-Palestina desinformados”.

Engler rejeitou essa condição antes mesmo de sua detenção, chamando-a de “uma violação flagrante de sua liberdade de expressão”. Ele foi libertado em 24 de fevereiro sem nenhuma restrição à sua capacidade de discutir as acusações contra ele por seu ativismo antissionista. Descreveu isso como “uma pequena vitória para a liberdade de expressão e para a campanha pela Palestina”.

Outro ponto que chama atenção no artigo de Ivan Kesic é sobre o advogado escolhido para representar Kurtz. “Neil G. Oberman não é apenas um advogado selecionado aleatoriamente para processar Engler. Ele é uma figura-chave na rede sionista, com laços profundos com o regime israelense e seus grupos de lobby no Canadá. Um judeu sionista canadense como Kurtz, Oberman é um membro fundador da Quebec Jewish Legal Alliance (QJLA), uma organização que recentemente ganhou as manchetes por suas tentativas desesperadas de reprimir protestos locais pró-Palestina”. — aponta Kesic.

Diante dos fatos, fica claro que os sionistas orquestram muito bem seus ataques contra aqueles que defendem a Palestina. O jornalista canadense James Clayton disse que o ataque a Engler sugere que os canadenses “precisam entender que elementos significativos dentro do Estado canadense e da classe dominante estão preparando um ataque massivo aos nossos direitos democráticos”.

O que estamos assistindo no Canadá é o mesmo que já está acontecendo no Brasil. Muitas denúncias neste Diário mostram pessoas no Brasil sendo presas e perseguidas através de denúncias e investigações da Polícia Federal/Mossad e de setores do Judiciário, simplesmente por terem alguma ligação com a população árabe ou por se colocarem contra o extermínio da população palestina.

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