Neste domingo (7), o presidente da Argentina, Javier Milei, sofreu uma dura derrota na eleição provincial de Buenos Aires, que é considerado um teste para as eleições legislativas de meio de mandato em outubro. A província abriga mais de um terço do eleitorado argentino.
De acordo com os resultados oficiais, com 93% dos votos apurados, o La Libertad Avanza (LLA), partido de Milei, obteve um pouco menos de 34% dos votos, contra mais de 47% para a oposição peronista do Fuerza Patria. Apesar da derrota, o presidente prometeu “acelerar” o ritmo de suas reformas ultra-neoliberais.
Como a província de Buenos Aires é um reduto peronista, uma vitória do LLA na votação não era esperada, mas a grande diferença, de cerca de 13 pontos percentuais ou até mais, superou a expectativa da maioria das pesquisas, que previam uma disputa acirrada.
Este foi o primeiro grande teste eleitoral para Javier Milei, desde o início de sua presidência, em dezembro de 2023, e indica uma crise cada vez mais profunda de seu governo. Embora tenha sido elogiado pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), Milei vem enfrentando cada vez mais resistência da população argentina à sua política de guerra econômica.
Apesar de um resultado considerado negativo diante das expectativas, o partido de Milei, que para esta eleição provincial se aliou ao partido Propuesta Republicana (PRO), do ex-presidente golpista Mauricio Macri (2015-2019), deve ganhar terreno na assembleia da província de Buenos Aires, que foi renovada nesta votação. A expectativa é de que ele dobre sua representação de 12 assentos (de um total de 92).
Javier Milei reconheceu abertamente, no domingo, que “politicamente [foi] uma clara derrota”. Mas afirmou que “o rumo para o qual fomos eleitos em 2023 não vai mudar (…), vamos aprofundá-lo e acelerá-lo”, disse na sede eleitoral de seu partido em La Plata, ao sul de Buenos Aires.




