Argentina

Milei enfrenta crise após escândalo envolvendo sua irmã

O mandatário tem sido denunciado por subornos na compra de medicamentos, revelados na semana passada pelo canal de streaming Carnaval

 Argentina vive uma tensão entre o governo e o Congresso. As denúncias de corrupção têm derrubado a aprovação do presidente Javier Milei, que caiu 8 pontos percentuais em cinco semanas, de 41% para 33%, demonstrando sua fragilidade. A crise se aprofundou com sucessivas derrotas no legislativo. Esse é um momento crítico para o governo, a duas semanas das eleições para a principal província, Buenos Aires, e a dois meses das eleições legislativas, o que representa um risco para as medidas de Javier Milei.

O mandatário tem sido denunciado por subornos na compra de medicamentos, revelados na semana passada pelo canal de streaming Carnaval, que detalhou um suposto esquema de propinas. Tentando manter distância dessas denúncias, o presidente demitiu o chefe da Agência Nacional para a Deficiência (Andis), Diego Spagnuolo, seu amigo pessoal. Os vazamentos de áudios acusaram a irmã do presidente, Karina Milei, e o subsecretário de Gestão Institucional, Eduardo Menem, de liderarem um esquema de propinas nas compras de medicamentos para a rede pública de saúde.

Em uma das gravações de áudio divulgadas recentemente pela imprensa argentina — cuja veracidade ainda não foi confirmada pela Justiça —, Diego Spagnuolo alerta sobre uma rede de propinas no núcleo duro do atual governo: “Eles estão roubando. Você pode agir como um idiota, mas não jogue esse fardo em mim. Tenho todas as mensagens de WhatsApp da Karina”. Esse esquema renderia até US$ 800 mil dólares mensais, cerca de R$ 4,3 milhões de reais. As empresas farmacêuticas deveriam pagar 8% de propina para que suas compras fossem feitas pelo Estado argentino. Desses 8%, 3% seriam destinados à irmã de Javier Milei, que é suspeita de organizar encontros fora da agenda oficial.

Em outro áudio, ele afirma: “Estão fraudando minha agência”, referindo-se à irmã de Milei, que estaria recebendo as propinas, e afirmando, inclusive, que conversou diretamente com o presidente argentino.

A irmã de Milei, Karina, atualmente ocupa a secretaria da Presidência. Ela é conhecida no círculo interno da política argentina como “O Chefe”, nome dado pelo irmão no gênero masculino para se diferenciar da ex-presidenta Cristina Kirchner. Na prática, a irmã divide os cargos com o irmão, exercendo influência sobre ele em todas as decisões, o que compromete as atribuições políticas.

O governo Milei, em seu segundo ano de exercício, acumulou derrotas no legislativo, mesmo com o empenho de seu partido político, o La Libertad Avanza, que teve decretos presidenciais anulados e a política de cortes de gastos, principal proposta de sua campanha eleitoral, revista. A oposição, antes fragmentada, unificou-se, e até mesmo dissidentes do partido de Milei atuam para reverter as políticas oficiais do governo argentino.

Essa situação política demonstra a instabilidade do governo argentino, com reveses no Congresso, expectativas dos apoiadores sendo frustradas e um escândalo que, ao incorporar uma dimensão familiar, compromete o discurso oficial de combate às castas. O governo, oficialmente, mantém-se em silêncio sobre as denúncias, mas a situação influencia diretamente as próximas eleições e dá munição à oposição argentina.

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