Morreu nesta segunda-feira (11) aos 39 anos Miguel Uribe Turbay, candidato a presidente da Colômbia, devido a complicações do atentado a tiro que sofreu durante sua jornada eleitoral durante um comício em Bogotá, no bairro de Modelia, onde recebeu dois tiros na cabeça e um na perna esquerda. Estando internado desde 7 de junho na clínica da Fundação Santa Fé de Bogotá, veio a óbito às 03h56 da manhã, segundo horário de Brasília.
Miguel Uribe Turbay foi um advogado e político, senador desde 2022 até seu assassinato. Membro do Centro Democrático, era neto do ex-presidente liberal Julio César Turbay (1978-1982) e filho da jornalista e apresentadora Diana Turbay, assassinada em 25 de janeiro de 1991 por narcotraficantes do grupo de Pablo Escobar do Cartel de Medellín que a tinham sequestrado em agosto de 1990.
O presidenciável atuava na política havia mais de 10 anos. Foi vereador de Bogotá, secretário na prefeitura e candidato a prefeito em 2019. Perdendo a disputa, viajou aos Estados Unidos para cursar o mestrado de Administração Pública em Harvard. Em 2021, conquistou a vaga de senador com o apoio do ex-presidente Álvaro Uribe, que, apesar do nome, não tem relação de parentesco direto com o ex-presidente. No plano internacional, apoiou o Plano Colômbia, projeto político da direita conservadora, criticou o apoio do atual presidente Gustavo Petro à Palestina e era favorável à retomada das relações com “Israel”. Também era contrário ao apoio do atual presidente ao Nicolás Maduro ,da Venezuela, e tinha relações com a direita venezuelana.
O ex-presidente Álvaro Uribe, em seu mandato de 2002 até 2010, foi eleito em meio às negociações que estavam sendo realizadas por seu antecessor, Andrés Pastrana Arango, com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC), aprofundando a perseguição contra a oposição armada, favorecendo em seu mandato as forças paramilitares, com as políticas de guerra às drogas, levando a diversas violações de direitos humanos, como execuções em massa de civis, declarando serem rebeldes mortos em combate, principalmente com a bonificação dos militares e na criação das Autodefesas Unidas da Colômbia (AUC), principal grupo paramilitar do período.
O partido Centro Democrático, fundado em 2013 pelo ex-presidente Álvaro Uribe Vélez, é composto por dissidências do tradicional Partido Conservador e do Partido Social da Unidade Nacional e defende o programa neoliberal do “Estado mínimo”.
O Presidente Gustavo Petro, de esquerda, lamentou a morte de Miguel Uribe, declarando na rede social X “a vida está acima de qualquer ideologia”:
“Por isso estamos tristes, nos dói a morte de Miguel, como se fosse um dos nossos. É uma derrota. Cada vez que um colombiano é assassinado, é uma derrota da Colômbia e da vida. Por isso o que resta é o luto e seguir em frente.”





