Tecnologia

Microsoft ‘descobre’ que ‘Israel’ é genocida

Empresa anunciou investigação após reportagem publicada pelo jornal britânico The Guardian

A Microsoft abriu uma investigação externa “urgente” sobre alegações de que a agência de vigilância da ocupação israelense, a Unidade 8200, usou sua tecnologia de nuvem para realizar vigilância em massa de palestinos.

A empresa anunciou na sexta-feira (15) que a revisão ocorre após uma investigação do The Guardian, conduzida com a +972 Magazine e Local Call, que revelou que a Unidade 8200 vinha armazenando vastos repositórios de chamadas interceptadas de telefones celulares palestinos na plataforma de nuvem Azure da Microsoft. Segundo as descobertas, a unidade de inteligência militar tinha acesso a uma seção personalizada e segregada do Azure, onde milhões de ligações diárias de Gaza e da Cisjordânia eram armazenadas.

Em resposta, a Microsoft afirmou que “usar o Azure para o armazenamento de arquivos de dados de chamadas telefônicas obtidas por meio de vigilância ampla ou em massa de civis em Gaza e na Cisjordânia” violaria seus termos de serviço. A revisão será supervisionada pelo escritório de advocacia norte-americano Covington & Burling e representa a segunda investigação externa encomendada pela Microsoft sobre o uso de sua tecnologia pelas forças de ocupação israelenses.

A decisão ocorre em meio à crescente pressão de funcionários e ativistas. Um grupo de campanha liderado por trabalhadores, No Azure for Apartheid, acusou a Microsoft de “cumplicidade em genocídio e apartheid” e exigiu que a empresa rompesse relações com as forças israelenses. O grupo descartou a nova investigação como “mais uma tática para adiar” o atendimento dessas demandas.

A primeira revisão da Microsoft, lançada no início deste ano, ocorreu após dissidência interna e reportagens sobre o uso de sua tecnologia na guerra israelense contra Gaza. Essa investigação foi concluída em maio, afirmando que “não encontrou indícios” de que o Azure tivesse sido usado para atingir ou prejudicar civis. No entanto, revelações publicadas na semana passada levantaram preocupações entre executivos seniores de que funcionários baseados nos territórios palestinos ocupados possam ter ocultado informações críticas durante a investigação anterior.

Fontes próximas às deliberações internas da Microsoft disseram ao The Guardian que executivos temiam que dados armazenados no Azure tivessem sido explorados para ajudar a identificar alvos de bombardeios em Gaza. Desde outubro de 2023, a ofensiva israelense já matou mais de 60.000 palestinos, segundo o Ministério da Saúde de Gaza, embora o número real provavelmente seja maior.

Arquivos vazados também sugerem que a Microsoft já estava ciente, desde 2021, da intenção da Unidade 8200 de migrar grandes volumes de inteligência sensível para o Azure. Em uma reunião de novembro de 2021, com a presença do CEO da Microsoft, Satya Nadella, o comandante da Unidade 8200 teria discutido planos de transferir até 70% de seus dados para a nuvem. A Microsoft insiste que Nadella e outros executivos não foram informados de que chamadas palestinas interceptadas seriam armazenadas lá.

A Microsoft afirmou que a nova investigação revisará os contratos comerciais militares com a empresa e prometeu divulgar publicamente suas conclusões após a conclusão. “A Microsoft reconhece que o recente relatório do The Guardian levanta alegações adicionais e precisas que merecem uma revisão completa e urgente”, disse a empresa em comunicado.

Um porta-voz das forças de ocupação afirmou anteriormente que seu trabalho com a Microsoft e outras empresas era conduzido sob “acordos regulados e supervisionados legalmente” e em conformidade com o direito internacional.

Após a publicação da investigação, um porta-voz militar israelense disse:

“Somos gratos pelo apoio da Microsoft para proteger nossa cibersegurança. Confirmamos que a Microsoft não está e nunca esteve trabalhando com as forças de defesa no armazenamento ou processamento de dados.”

A declaração teria surpreendido a liderança da Microsoft, já que os contratos de nuvem da empresa com o ministério de segurança de “Israel” são bem conhecidos.

Após as revelações, o grupo liderado por trabalhadores No Azure for Apartheid (Noaa) renovou suas exigências para que a Microsoft encerre todos os contratos militares com “Israel” e revele publicamente a natureza de seus vínculos atuais.

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