Brasil

Maurício de Souza ataca homenagens à Turma da Mônica com IA

O que poderia ser uma homenagem à obra, proibição de IA é um ataque à liberdade artística

Depois do caso das animações do Studio Ghibli com inteligência artificial (IA) na produção de imagens, responsável por uma onda de críticas reacionários e descabidas de alguns esquerdistas que não compreendem o mundo, agora a Maurício de Souza Produções diz não autorizar imagens da turma da Mônica feitas através da tecnologia IA. Segundo a produtora, que deu uma “carteirada” contra a utilização popular desse recurso, “qualquer elemento relacionado aos personagens está protegido por leis de direito autoral”.

“Não autorizamos a criação de conteúdos que violem esses direitos, nem admitimos associações com discursos de ódio, desinformação ou práticas que contrariem os valores da empresa”, como se as imagens estivessem sendo feitas para essa justificativas que a empresa deu. Alarmista, o advogado Alexandre Coelho considera que a prática não é inofensiva, pode ser um risco à segurança digital dos usuários.

“Quando um usuário faz upload de uma foto pessoal e interage com a IA para gerar imagens em estilos específicos, ele alimenta os sistemas com variabilidade visual, preferências estéticas e comportamentais, tudo isso refinando o modelo. Além disso, há o valor reputacional e de retenção do usuário”, disse Coelho.

Alegando respeito à obra dos artistas, aos direitos autoriais e de quem consome essa tecnologia, o que estamos vendo em marcha é mais uma operação de censura contra essa tecnologia revolucionária, cujas consequências ruins são alarmadas por quem é contra essas mudanças, pois os reacionários estão interessados mesmo é no lucro comercial. Assim como já estão tentando controlar toda a internet, as redes sociais, as quais foram as tecnologias que mais deram voz às massas, a IA também sofrerá esses ataques, com diversas justificativas eivadas de boa intenção.

A utilização da IA para a Turma da Mônica é uma homenagem à obra, interessa ao povo que consome a obra, mas os interesses comerciais das produtoras, que resistem a um movimento tecnológico revolucionário(o qual, na visão da produtora de Maurício de Souza, só deveria ser usado para favorecer a própria empresa), está acima de tudo, acima da liberdade artística e da liberdade de expressão. Para os empresários, a IA só vale a pena se for para favorecê-los. Para o povo, para a consolidação e democratização da produção e consumo da arte, o fim da propriedade intelectual seria uma boa medida.

Gostou do artigo? Faça uma doação!