Ásia

Manifestantes são presos por governo golpista do Paquistão

Protesto ocorre na data em completa dois anos da prisão do ex-primeiro-ministro Imran Khan

Nesta terça-feira (5), completaram-se dois anos da prisão de Imran Kahn, ex-primeiro-ministro do Paquistão. Ele foi preso em decorrência de uma perseguição judicial farsesca, que ocorreu na conjuntura de um golpe de Estado perpetrado pelo imperialismo contra Kahn em 2022, que o removeu do cargo de primeiro-ministro.

Por ocasião dos dois anos da prisão ilegal de Kahn, uma manifestação foi realizada em seu apoio, na cidade de Laore onde se concentra a base política de Kahn, bem como de seu partido, o PTI (Pakistan Tehreek-e-Insaf).

Contudo, apesar de a manifestação ter ocorrido, antes dele dezenas de apoiadores de Kahn foram detidos ilegalmente. Além deste, pelo menos sete membros da assembleia da província de Panjabe (cuja capital é Laore) também foram detidos ilegalmente. As detenções ocorreram quando os parlamentares se dirigiam ao local do protesto.

A denúncia foi feita pelo porta-voz do PTI, Zulfikar Bukhari, que está em Londres por razões de segurança.

O golpe de Estado contra Kahn ocorreu em abril de 2022. No dia 10 daquele mês, ele foi removido do cargo de primeiro-ministro através de uma moção de desconfiança no parlamento. À época, ele denunciou que sua remoção era uma conspiração feita pelos militares e pelos Estados Unidos. 

Seis meses depois, em outubro, ele foi declarado inelegível por cinco anos, pela Comissão Eleitoral, sob acusações de irregularidades no âmbito do caso Toshakhana. Este caso foi uma ação judicial instaurada no mês de agosto de 2022 contra Imran Khan. Ela foi instaurada por solicitação de políticos do Movimento Democrático do Paquistão, e o pretexto foi que Khan não teria divulgado relatórios anuais sobre os presentes e patrimônios apresentados ao Toshakhana, departamento que funciona sob a supervisão administrativa da Divisão de Gabinete

Ainda em agosto de 2022, ele foi acusado no âmbito de lei antiterrorista pelo suposto crime de incitar violência em manifestações realizadas em seu apoio. À época, as acusações foram arquivadas. Em novembro daquele ano, ele foi alvo de tentativa de assassinato durante manifestação realizada em seu apoio. À época, ele denunciou que o atentando teria sido organizado por militares paquistaneses.

Ele veio a ser preso no ano seguinte, em 9 de maio, no tribunal de Islamabad, sob acusações de corrupção. Imediatamente, protestos de massa eclodiram pelo país, contra sua prisão. A partir de então, a perseguição a Kahn se estendeu de forma mais intensa e generalizada ao seu partido (PTI) e seus apoiadores.

Em que pese o Supremo Tribunal do Paquistão tenha considerado essa prisão ilegal, ordenando sua libertação, Kahn foi preso em 5 de agosto, após ser condenado no caso dos presentes, bem como inabilitado politicamente por cinco anos.

A perseguição continuou após sua prisão, e ao final de 2024 já havia 180 processos judiciais contra ele em andamento no país.

Em janeiro deste ano (2025) ele foi sentenciado a 14 anos de prisão, sob acusações de se beneficiar de corrupção imobiliária. Em julho, um tribunal “antiterrorismo” do Paquistão condenou mais de 100 membros e líderes do PTI a até 10 anos de prisão por envolvimento nos protestos de maio de 2023, protestos em massa contra a prisão de Kahn à época.

No período que precedeu o golpe contra Kahn, ele buscou ter uma política externa mais independente do imperialismo, chegando a acusar os Estados Unidos e a União Europeia de escravizarem o Paquistão. Em fevereiro de 2022, mês em que a Rússia deu início à Operação Militar Especial para conter a agressão imperialista contra o país, ele visitou Moscou.

Além disso, em outubro de 2021, o relacionamento entre Khan e o chefe do Exército, General Qamar Javed Bajwa, começou a se deteriorar quando Khan se recusou a aprovar rapidamente a nomeação do novo diretor da ISI, o serviço de inteligência, insistindo em manter seu aliado, Lt‑Gen Faiz Hameed, no posto. 

Embora ele tenha cedido, o processo golpista já estava em marcha: em fevereiro daquele ano, líderes do Movimento Democrático Paquistanês, coalizão de partidos de “oposição”, afirmaram que já tinham votos para uma moção de desconfiança.

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