Nesta quarta-feira (22), a Confederação de Nacionalidades Indígenas do Equador (Conaie) anunciou o recuo das greves e protestos nacionais que vinha liderando no país desde o 18 de setembro. O estopim das mobilizações deu-se no dia 13, quando o governo ditatorial de Daniel Noboa, um lacaio do imperialismo, decidiu eliminar o subsídio ao diesel, elevando seu preço e US$1,80 para US$2,80.
As mobilizações, iniciadas contra o aumento dos combustíveis, evoluiu para uma revolta nacional que exige redução do IVA (imposto sobre valor agregado), aumento salarial, investimentos sociais, defesa do território contra a mineração e rejeição à consulta popular que prevê uma Assembleia Constituinte e bases militares estrangeiras. A província de Imbabura tornou-se epicentro dos bloqueios e confrontos.
As greves e manifestações de massas foram reprimidas brutalmente pelo aparato de repressão de Noboa, resultando na morte de três manifestantes, no desaparecimento de 15, na prisão de 205, e ainda deixando 296 feridos.
Ao anunciar o recuo, Marlon Vargas, o presidente da Conaie, declarou ter tomado uma “decisão difícil, mas necessária” para proteger a vida dos manifestantes”. Sem pedir o fim do governo Noboa, ele exigiu a desmilitarização das comunidades, libertação dos detidos e reparação às famílias das vítimas.
Ele também afirmou que a luta continua por meio de assembleias territoriais e da campanha pelo “Não” ao referendo de 16 de novembro, em defesa da democracia e dos direitos populares. Conforme informado acima, ele faz referência ao referendo no qual poderá se formalizar a permissão de bases estrangeiras (que na situação, serão principalmente dos EUA) no país, isto é, formalizar a permissão para transformar o país em uma base militar dos EUA.
A Conaie declarou que continuará mobilizada até que Noboa reverta o aumento dos combustíveis e liberte os presos, sem menção a alguma luta para derrubar a ditadura pró-imperialista.
Conforme informado pela Confederação, o governo implementou bônus de indenização para os transportadores que variam de US$400 a US$1.800 por mês para atenuar os efeitos do aumento do subsídio, que levaram às mobilizações.




