Apesar de todos os sinais de que é o imperialismo quem está por trás da provável condenação de Jair Bolsonaro (PL), há ainda quem na esquerda acredite que a operação do Supremo Tribunal Federal (STF) visa favorecer o presidente Lula e o Partido dos Trabalhadores (PT). É uma ignorância completa do papel do Judiciário no último período.
O julgamento do mensalão ocorreu em 2012. Na época, havia toda uma campanha cívica: “a luta contra a corrupção”. Aquilo, contudo, não tinha nada a ver com a corrupção: era o começo de um golpe de Estado no Brasil. O STF fez o julgamento como se fosse um grande espetáculo público, que passava na rede Globo, 24 horas por dia, em plena eleição. Isto é, serviu como uma campanha eleitoral contra o PT, preparando obviamente a eleição de 2014, porque os golpistas pretendiam derrotar o PT eleitoralmente em 2014. E o plano B seria, se eles não conseguem derrotar o PT em 2014, derrubar o governo de Dilma Rousseff, o que foi feito em 2016.
Depois, veio a Lava Jato, que funcionava como uma dependência do STF. Luís Roberto Barroso, hoje presidente da Corte, estava sempre em contato com os juízes e promotores da operação. A Lava Jato pretendia, em primeiro lugar, armar um grande escândalo de corrupção na Petrobras para derrubar Dilma Rousseff por corrupção. Então, novamente, uma operação para manipular a eleição.
Veio então a terceira etapa da manipulação eleitoral. Prenderam Lula, e o STF, contra o que dizia a lei, contra o que diz a Constituição, decidiu que o Lula não podia ser candidato. Terceira manipulação eleitoral. E agora, com Bolsonaro, é a quarta manipulação eleitoral.
Qualquer pessoa que se diga de esquerda teria obrigação de desconfiar que o STF não está manipulando as eleições para o bem, que ele não está manipulando as eleições em favor da “democracia”, porque justamente a manipulação eleitoral é uma violação muito dura dos direitos democráticos de toda a população. Mas a esquerda pequeno-burguesa brasileira acredita que, na verdade, depois de três processos onde eles visivelmente que passaram a mão na eleição, o quarto processo é uma defesa da “democracia” contra o golpe de Estado e contra o “fascismo”. É preciso ter muita imaginação para acreditar em uma coisa dessas.




