O artigo Tarso Genro alerta para possível invasão da Venezuela, assinado por Paulo Emilio e publicado no Brasil247 nesta segunda-feira (13), tem um título enganoso, pois faz o leitor acreditar que Genro apoia a Venezuela, quando, na verdade, ataca o presidente Nicolás Maduro, a quem trata como ilegítimo.
A delinquência política de Tarso Genro não para por aí, pois ataca também a resistência palestina, que luta contra décadas de genocídio e limpeza étnica perpetrados pelo sionismo sob comando do imperialismo. Segundo o petista, os que estão lutando pela independência são os terroristas. O mesmo que fez o governo nazista com relação à Resistência Francesa durante a II Guerra.
Reproduzimos, abaixo, a íntegra a postagem Tarso Genro em sua conta no X:
“Não nos enganemos, o panorama é sombrio: Trump está sendo iconizado pela mídia mundial como Construtor da Paz, mas ele foi o grande Falcão da “guerra” e do genocídio; Trump construiu – como Premio Nobel – uma liderança da extrema direita, que quer a invasão militar do seu país pelos EUA, não só para derrubar um Presidente ilegítimo, mas principalmente para fazer da Venezuela um quintal econômico e militar americano; a ação terrorista desencadeada pelo Hamas – como sempre ocorre com este tipo ação – ao invés de fortalecer a luta do povo palestino pela formação de um Estado livre, redundou na legitimação de um “protetorado” internacional sobre Gaza, liberado para o poder político dos grandes negócios ocidentais; Trump, agora, movimenta tropas para Porto Rico e pode preparar dali, um assalto militar ao continente a partir da Venezuela, quando achar necessário, para promover seus interesses imperiais coloniais; a flexibilização de Trump, no confronto com o Brasil – corretamente perseguida pelo nosso Governo – foi aceita por ele dentro da doutrina Kissinger (política da Tolerância Repressiva originária da “guerra fria”) para, “afrouxando” os torniquetes em alguma região, possibilitar ações mais radicais e violentas em outros espaços geopolíticos. De outra parte, a imprensa mundial caracteriza o episódio como “fim de uma guerra”, o que obviamente foi a aniquilação de um grupo terrorista, de um lado, e, de outro, a aniquilação brutal de milhares de crianças, mulheres, velhos e jovens civis, não combatentes, em Gaza. O panorama é sombrio! O povo Palestino perdeu, mas voltará, porque nenhuma paz é construida com Justiça sobre uma montanha de cadáveres de pessoas inocentes”.
O artigo de Paulo Emílio não faz nenhuma crítica às posições ultradireitistas de Tarso Genro, trata apenas de tornar a leitura mais palatável. Além de tentar aliviar as coisas para o Luiz Inácio Lula da Silva. Diz, por exemplo, que “o governo brasileiro acompanha com apreensão a premiação do Nobel da Paz à opositora venezuelana María Corina Machado, avaliada em Brasília como um fator que pode elevar as chances de intervenção militar dos Estados Unidos contra a Venezuela. Para o Planalto, a honraria fortalece a ala mais radical do governo do atual presidente americano, Donald Trump, liderada pelo secretário de Estado Marco Rubio”.
A despeito do que foi dito, a verdade é que o Brasil se declarou “neutro” diante da gravíssima ameaça à Venezuela, portanto ao Brasil, e até para o subcontinente. Essa “neutralidade” lança muitas dúvidas sobre o governo, especialmente depois que Lula vetou a entrada da Venezuela para o BRICS.
Puxadinho do Partido Democrata
Como já foi dito, a esquerda brasileira tem sido um apêndice do Partido Democrata americano. Quando Tarso Genro trata Donald Trump como o “grande falcão da guerra”, está tirando tentando pintar Joe ‘Genocida’ Biden, e as gestões ‘democratas’ anteriores como avessas às guerras; quando, na verdade, são ainda piores.
É claro que essa constatação não tira a responsabilidade de Trump da agressão contra nosso país vizinho. Mas não se pode deixar de notar que essa política entra em choque com o programa que elegeu Donald Trump.
Os eleitores trumpistas não querem saber de guerras intermináveis e do dinheiro que é drenado do bolso do contribuinte e que endivida o Estado de tal maneira que apenas os juros da dívida já superam um trilhão de dólares.
Verdadeiros falcões são Obama e Joe Biden. Que transformaram o Leste Europeu neste barril de pólvora, a Ásia, e também o Oriente Médio. Por pior que seja Trump, é precisa definir quem é quem.
Golpismo
Quando Genro diz que Trump quer “não só para derrubar um Presidente ilegítimo, mas principalmente para fazer da Venezuela um quintal econômico e militar americano”, está dizendo que o presidente americano está parcialmente com a razão. Só discorda do tal “econômico”, quanto ao golpe, para ele tudo bem, é legítimo.
Não bastasse essa capitulação vergonhosa, Tarso Genro diz que “a ação terrorista desencadeada pelo Hamas – como sempre ocorre com este tipo ação – ao invés de fortalecer a luta do povo palestino pela formação de um Estado livre, redundou na legitimação de um ‘protetorado’ internacional sobre Gaza, liberado para o poder político dos grandes negócios ocidentais”. – grifos nossos. É uma completa falsificação da realidade. Com essa afirmação, Genro pode se juntar ao grupo dos degenerados políticos com o senador Jaques Wagner, do PT.
Genro caracteriza a luta do povo palestino enfraquece a luta popular. Ou age de má-fé, o que é mais provável; ou não entende que o Hamas (e toda a resistência) é o popular, é a expressão da vontade de um povo de lutar contra seus opressores.
De onde esse sujeito tirou a ideia de que se legitimou um protetorado em Gaza? Os palestinos rejeitam essa proposta. E qualquer pessoa de esquerda deveria fazer o mesmo em vez de simplesmente se prostrar.
A degenerescência de Tarso Genro se expressa completamente quando ele diz que “a imprensa mundial caracteriza o episódio como ‘fim de uma guerra’, o que obviamente foi a aniquilação de um grupo terrorista, de um lado, e, de outro, a aniquilação brutal de milhares de crianças, mulheres, velhos e jovens civis, não combatentes, em Gaza. O panorama é sombrio! O povo Palestino perdeu, mas voltará, porque nenhuma paz é construída com Justiça sobre uma montanha de cadáveres de pessoas inocentes”.
Fazer coro com a imprensa golpista é em si uma vergonha. Além da ‘patifaria de dizer que um grupo “terrorista” foi aniquilado, esse senhor está desconectado da realidade, pois até os sionistas reconhecem que o Hamas e a resistência ser fortaleceram.
Tarso Genro é advogado e o tratam como “jurista”. Sendo assim, ele teria a obrigação de saber que o direito internacional garante que um povo lute por quaisquer meios contra forças invasoras. Será que o “jurista” cedeu ao sionista? Pois vai ser difícil que comprove que não sabia.
O povo palestino não perdeu. Essa afirmação é apenas parte de uma campanha do imperialismo para desacreditar sua grande vitória e esconder o mais completo fracasso do sionismo, contra o qual o mundo todo se levanta.
A esquerda precisa repudiar políticos como Tarso Genro, que há tempos passou de armas e bagagem para o lado do principal inimigo dos trabalhadores: o imperialismo.




