O Sindicato dos Bancários de Brasília, no último dia 7 de março, publicou matéria em sua página com denúncias de problemas relacionados à política de terceirização no Setor de Tecnologia do Banco do Brasil.
Com o título “Ditec do Banco do Brasil: terceirização, práticas antiéticas e assédio”, as denúncias dos funcionários trazem, mais uma vez, à tona o clima de verdadeiro terror na Diretoria de Tecnologia (Ditec). Segundo relatos enviados ao Sindicato, “há uma obstinação das gerências da Gesec em aviltar os assessores de TI, como algo que parece não ter fim” e que “o sentimento de impunidade por parte de quem devia ser conciliador e facilitador dos processos favorece comportamentos de autoritarismo, opressão e desrespeito. Embora o Sindicato esteja alertando continuamente sobre os desvios praticados, parece que gestores persistem em adotar condutas que vão na contramão da ética, desprestigiando os assessores em TI em relação aos terceirizados da BBTS”. (Site Bancários DF, 07/03/2025)
Sempre é bom lembrar que a política de terceirização se recrudesceu com o desmonte da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) no governo do golpista Michel Temer e foi aprovada no também golpista Congresso Nacional. A medida complementou a lei de terceirização que, entre outras disposições, permitiu a terceirização das atividades-fim das empresas. Ou seja, todas as funções — no caso do Banco do Brasil, por exemplo — podem ser exercidas por trabalhadores de empresas terceirizadas. Seguindo essa cartilha dos golpistas, a direção do Banco do Brasil, em 2018, em parceria com a iniciativa privada, inaugurou na cidade de São Paulo uma agência com um quadro de funcionários totalmente terceirizado, exercendo todas as atividades de um bancário.
Essa prática de terceirização não é exclusiva do Banco do Brasil, mas representa uma política geral dos banqueiros que, além de destruir os direitos e conquistas dos trabalhadores do setor financeiro, está sendo utilizada pelos banqueiros sanguessugas para liquidar os empregos dos bancários. No caso dos bancos públicos, há ainda o agravante de abrir caminho para as privatizações.
As atuais denúncias dos trabalhadores do BB na Ditec são mais um indício de qual é a política da direção do banco para o setor de tecnologia: entregar seu controle à iniciativa privada.
É necessária uma intensa mobilização por parte das direções sindicais e das organizações dos trabalhadores contra as terceirizações, no sentido de fazer com que cada trabalhador compreenda que essa prática é um esquema patronal voltado principalmente para atacar o trabalhador efetivo, sua força de trabalho, seus empregos e, também, as organizações sindicais, reduzindo ainda mais sua capacidade de barganha.