Na conjuntura da Guerra Civil no Sudão, que ocorre desde 2023, as Forças de Apoio Rápido (RSF, na sigla em inglês), que busca derrubar o governo do Sudão, assassinaram mais de 2.000 pessoas após tomarem a cidade de Al-Fashir, capital do estado de Darfur do Norte.
A cidade caiu para as Forças de Apoio Rápido no domingo (26), após um cerco prolongado de cerca de 18 meses, durante o qual a cidade estava sob bloqueio de alimentos e suprimentos básicos, conforme noticiado pela emissora Al Jazeera. Assim que a cidade foi tomada, milhares de civis fugiram. Igualmente, começaram a circular relatos e imagens (fotos e vídeos) de execuções sumárias de civis desarmados, inclusive enquanto tentavam fugir.
Já na segunda-feira (27), o Partido do Congresso de Darfur, um partido político regional contrário às Forças de Apoio Rápido e ao governo sudanês, denunciara que as Forças de Apoio Rápido haviam matado mais de 1.200 civis em al-Fashir apenas nas últimas 24 horas.
Conforme denunciado pela Organização Mundial da Saúde nesta quarta-feira (29), um dos massacres foi perpetrado no Hospital Universitário Saudita durante a madrugada deste dia. O massacre teria resultado na morte de cerca de 460 civis. No total, o número de assassinados pelas RSF já era de ao menos 2.000.
RSF – milícia financiada e sob o controle dos Emirados Árabes Unidos
À luz dos massacres, o jornal britânico The Guardian noticiou nesta terça-feira (29) que equipamentos militares britânicos usados pelas Forças de Apoio Rápido, tais como sistemas de alvos para armas de pequeno porte fabricados no Reino Unido e motores britânicos para veículos blindados de transporte de pessoal, foram encontrados em campos de batalha no Sudão.
O jornal informa que as descobertas novamente provocaram um escrutínio sobre a exportação de armas da Grã-Bretanha para os Emirados Árabes Unidos (EAU), que tem sido repetidamente acusado de fornecer armas para a RSF.
Ao longo destes dois anos e pouco de guerra, o governo do Sudão repetidamente denunciou os Emirados Unidos como estando por trás das RSF, informando que a monarquia do Golfo teria fornecido armas, drones, apoio logístico e financiamento à RSF, como parte de uma estratégia para influenciar o resultado do conflito em benefício de seus interesses regionais.
Nesse sentido, conforme relatório do Conselho Europeu de Relações Exteriores, publicado em julho deste ano, concluiu que “os Emirados Árabes Unidos são o ator externo mais influente no Sudão, supostamente fornecendo armas às Forças de Apoio Rápido, enquanto mantêm laços discretos com o governo de Porto Sudão. Seu relacionamento com esses atores será crucial em qualquer processo de paz”, bem como a monarquia se beneficia “consideravelmente das exportações de ouro do Sudão em tempos de guerra, que aumentaram desde o início do conflito, à medida que ambos os lados intensificam a mineração para financiar seus esforços de guerra”.
Paralelamente, Emirados Árabes Unidos financia contrarrevolução em Gaza e aprofunda parceria com “israel”
Ao mesmo tempo em que financiam massacres de milhares de sudaneses, por meio de suas Forças de Ação Rápida, aproveitando-se da guerra para roubar o ouro do Sudão, os Emirados Árabes Unidos também financiam milícias contrarrevolucionárias em Gaza, contra o Hamas e demais organizações da Resistência Palestina.
Não coincidentemente, vem aprofundando sua parceria com “Israel”, já que, recentemente, a empresa israelense de tecnologica militar Controp Precision Technologies Ltd anunciou oter estabelecido sua primeira subsidiária nos Emirados Árabes Unidos, no último dia 26, conforme noticiado por este Diário.





