Cisjordânia

Mais de 100 casas incendiadas por ofensiva sionista em Jenin

A crescente repressão israelense, incluindo detenções arbitrárias, demolição de casas e assassinatos seletivos, tem apenas fortalecido a luta pela libertação nacional

Os combates entre a Resistência Palestina e as forças de ocupação israelenses seguem intensos na Cisjordânia, especialmente nas cidades de Jenin e Tulcarém. A ofensiva sionista, que já dura mais de uma semana, deixou pelo menos 16 palestinos assassinados, dezenas de feridos, centenas de presos e forçou a evacuação de várias famílias, além da incendiar mais de 100 residências.

Confrontos e massacres em Jenin

A cidade de Jenin é um dos principais focos da violência israelense. Nos últimos oito dias, a ocupação intensificou os ataques ao campo de refugiados da região, destruindo residências, incendiando imóveis e isolando parte da cidade ao dividir a área em quatro setores distintos. A Resistência Palestina tem respondido à altura, promovendo emboscadas e ataques coordenados contra os invasores.

No domingo (26), os combatentes das Brigadas de Al-Quds, ligadas à Jiade Islâmica, detonaram dispositivos explosivos improvisados (IEDs) contra colunas de blindados sionistas no Eixo da Rotatória e no cruzamento do Cinema, atingindo diretamente veículos militares. Os confrontos se intensificaram quando as Brigadas de Al-Aqsa, vinculadas ao Fatá, implantaram explosivos na governadoria da cidade e entraram em combate direto com as tropas da ocupação.

A violência sionista se estende a alvos civis. Na segunda-feira (27), um ataque aéreo israelense bombardeou um café na região, destruindo o estabelecimento. Tropas israelenses também atacaram um grupo de civis que tentavam inspecionar suas casas após a retirada parcial dos militares no setor oeste da cidade. Entre os feridos, está uma criança baleada próxima à Rotatória do Cinema.

Os hospitais da região estão sobrecarregados. Tropas sionistas bloquearam o acesso de ambulâncias ao campo de refugiados, agravando a crise humanitária na cidade. Já foram confirmados pelo menos 70 edifícios completamente destruídos desde o início da ofensiva.

Tulcarém

A cidade de Tulcarém também enfrenta intensa repressão. Pelo segundo dia consecutivo, as forças israelenses promovem incursões, prendem jovens palestinos e destroem a infraestrutura local. No bairro de Irtá, tropas cercaram uma casa sob forte tiroteio, além de demolir residências no campo de refugiados de Nur Shams.

A Resistência Palestina em Tulcarém, liderada pelas Brigadas de Al-Aqsa, Al-Qassam e Al-Quds, organizou uma série de emboscadas para conter a investida inimiga. Os combatentes conseguiram atingir diretamente as forças de ocupação, forçando-as a recuar em várias frentes.

Na segunda-feira, um ataque aéreo israelense em Tulcarém assassinou Ihab Abu Atiwi, comandante das Brigadas de Al-Qassam na região, junto com Ramez Dumeiri. Em resposta, o Hamas denunciou o crime como uma tentativa desesperada de conter a Resistência. A organização prometeu intensificar suas operações em resposta aos assassinatos.

Além das mortes, jornalistas palestinos também estão sob ataque. Mesmo vestidos com coletes de imprensa, profissionais foram alvejados pelas forças israelenses enquanto cobriam os confrontos.

Crise econômica e política em ‘Israel’

A crescente ofensiva militar contra a Cisjordânia ocorre em meio a uma grave crise política e econômica em “Israel”. O orçamento de 2025 para a reconstrução dos assentamentos ilegais no Norte e no Sul foi congelado, aumentando a tensão entre as forças governistas e a extrema direita sionista, que exige mais investimentos na expansão da ocupação.

A indefinição orçamentária já impacta diversos serviços públicos e lança “Israel” em uma conjuntura política instável. Com o impasse, há chances de novas eleições serem convocadas nos próximos 100 dias, caso o orçamento não seja aprovado dentro do prazo legal.

Analistas alertam para o risco de colapso financeiro, com previsão de um déficit orçamentário de 4,9% e uma redução drástica nos investimentos em infraestrutura e segurança. O impacto já afeta a credibilidade financeira do país, com agências como Moody’s, Fitch e S&P emitindo alertas sobre o rebaixamento da nota de crédito israelense.

A crise se agrava com a pressão dos partidos ultraortodoxos contra o projeto de lei de conscrição obrigatória, elemento que dificulta ainda mais a aprovação do orçamento. A disputa entre os setores militares, sionistas e religiosos acirra as tensões internas, com um governo cada vez mais fragmentado.

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