Uma nova pesquisa Datafolha, divulgada pela Folha de S.Paulo, lança luz sobre a percepção pública a respeito da crise entre o governo norte-americano e o regime político brasileiro. Embora a sociedade brasileira esteja dividida quanto à prisão do ex-presidente, com 48% a favor e 46% contra, um dado se destaca: 51% dos entrevistados acreditam que Bolsonaro não será preso. Esse ceticismo generalizado da população expõe a desmoralização do Supremo Tribunal Federal (STF) perante a opinião pública, sugerindo que a maioria dos brasileiros espera que a Corte capitule diante das pressões.
A desconfiança pública não surge isolada. Ela se manifesta em meio a uma crise diplomática crescente entre Estados Unidos e Brasil. O presidente norte-americano Donald Trump, ao alegar que Bolsonaro é vítima de perseguição política, impôs tarifas comerciais ao Brasil e ainda aplicou a Lei Magnitsky ao ministro Alexandre de Moraes, sancionando-o pessoalmente. A ofensiva é ativamente encampada por Eduardo Bolsonaro nos EUA, que lidera uma campanha pela anistia do pai.
O ministro Alexandre de Moraes, relator do processo de Bolsonaro no STF, tornou-se um alvo direto dessa pressão internacional. Ele teve seu visto americano revogado e foi incluído em uma lista de sanções dos EUA, congelando seus bens sob a acusação de violação de direitos humanos. Após o anúncio das sanções, o presidente Lula tentou organizar um jantar de apoio a Moraes, mas apenas metade do tribunal apareceu, escancarando o medo dos ministros de serem igualmente sancionados por Trump.





