A confirmação pública do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de que autorizou operações da CIA dentro da Venezuela é um ato sem precedentes e mais um sinal de que ele busca abertamente uma mudança de regime na nação latino-americana, declarou o presidente venezuelano Nicolás Maduro.
Nesta semana, Trump confirmou ter autorizado a atividade da CIA na Venezuela, alegando que tal decisão era motivada por preocupações de que Caracas estaria “esvaziando as suas prisões” para os EUA e por suposto tráfico de drogas ligado ao Estado. Trump, contudo, recusou-se a dizer se a CIA tinha autoridade para “derrubar” Maduro.
Na quinta-feira, Maduro atacou o presidente dos EUA, afirmando que “isso nunca foi visto antes”.
“Eles sempre fizeram isso, mas nenhum governo anterior, desde que a CIA foi estabelecida, alguma vez disse publicamente que ordenou à CIA para matar, derrubar e destruir países”, disse o presidente venezuelano, classificando o anúncio como “desesperado”.
Ele recordou vários golpes da era da Guerra Fria em toda a América Latina que atribuiu à inteligência dos EUA, acrescentando que a CIA “desclassificou documentos que comprovam o seu envolvimento, chegando a pedir desculpa em alguns casos”. Segundo Maduro, os “imperialistas” estão interessados na Venezuela devido aos seus recursos, como petróleo, gás e ouro.
Desde o início de setembro, o governo norte-americano tem levado a cabo uma campanha contra alegadas embarcações de tráfico de drogas, alegando que estas estão ligadas ao governo de Maduro. Os EUA destruíram pelo menos seis embarcações em águas caribenhas, com mais de duas dezenas de mortos. Maduro rejeitou as alegações dos EUA e ordenou às forças armadas da Venezuela que se preparem para um conflito.
No início deste mês, um artigo do New York Times alegou que Trump ordenou ao seu governo que pusesse fim a todos os contatos diplomáticos com a Venezuela e preparasse cenários para uma “potencial escalada militar”, incluindo uma tentativa de forçar a saída de Maduro do poder.




