A posse de Nicolás Maduro para seu terceiro mandato presidencial na Venezuela, que se estenderá até 2031, representa não apenas a continuidade de sua liderança, mas também a reafirmação de um projeto político anti-imperialista baseado no povo e em sua mobilização, que desafia diretamente os interesses dos Estados Unidos na América Latina, do petróleo à terra. Em meio a sanções econômicas, tentativas de desestabilização e campanhas de desinformação, o governo Maduro se consolidou sustentado pela mobilização popular, chamando os trabalhadores para as ruas dia e noite, e pela defesa intransigente da soberania nacional.
A Venezuela detém as maiores reservas comprovadas de petróleo do mundo, com mais de 300 bilhões de barris. Essa riqueza natural sempre foi alvo das garras de Washington. Desde o governo de Hugo Chávez, a nacionalização da indústria petrolífera e a utilização dos recursos para programas sociais transformaram a PDVSA (Petróleos de Venezuela S.A.) em um pilar da soberania venezuelana e, por consequência, no alvo primário do imperialismo. Essa política colocou o país na mira dos Estados Unidos, que buscam controlar fontes estratégicas de energia para sustentar sua economia de forma parasitária e seu controle nos países de capitalismo atrasado.
As sanções impostas pelos EUA têm como objetivo sufocar economicamente a Venezuela e forçar uma mudança de regime favorável aos interesses neoliberais. Essas restrições incluem bloqueios financeiros e limitações à exportação do petróleo venezuelano. Para o imperialismo, o “erro” imperdoável de Maduro é não entregar essas riquezas ao controle estrangeiro. Maduro, em seu discurso de posse, enfatizou: “Meu poder emana da História e do povo, e ao povo eu devo minha vida inteira”, refletindo o compromisso do governo venezuelano e do chavismo com a defesa das riquezas nacionais contra o imperialismo.
A força do governo Maduro reside na mobilização popular. Desde as bases chavistas até as milícias bolivarianas formadas por trabalhadores, o apoio popular tem sido decisivo para neutralizar as tentativas golpistas. Durante sua posse em janeiro de 2025, milhares de venezuelanos tomaram as ruas de Caracas para celebrar a vitória e reafirmar seu apoio ao presidente reeleito, em contramão do que os jornais da burguesia diziam que aconteceria.
A campanha convocando o povo para sair às ruas foi organizada com o objetivo declarado de levar adiante a “batalha pela pátria livre, soberana e independente”. Essa estratégia foi reiterada pelo próprio presidente em várias ocasiões. Diosdado Cabello, vice-presidente do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV) e Ministro do Interior, Justiça e Paz, reforçou essa postura em seu programa “Con El Mazo Dando”, transmitido em 8 de janeiro. Dirigindo-se à oposição golpista que planejava desestabilizar o país, ele afirmou: “Não estamos brincando; lhes vai doer. Estamos dispostos a defender a revolução bolivariana. Se vocês tentarem [um golpe], lhes garanto que vai doer”.
A oposição venezuelana, liderada por figuras como Edmundo González e María Corina Machado, tentou canalizar a organização do imperialismo de uma farsa golpista para impedir a posse de Maduro. González havia anunciado que retornaria ao país para liderar uma “cerimônia paralela” no dia 9 de janeiro. No entanto, após semanas de propaganda intensa nas redes sociais e na imprensa burguesa — dentro e fora da Venezuela — prometendo uma grande mobilização com centenas de milhares de pessoas, os golpistas conseguiram reunir menos de 2 mil apoiadores em todo o país.
Esse fracasso expôs a fraqueza da oposição diante da ampla mobilização popular em defesa do governo bolivariano. González sequer conseguiu retornar ao território venezuelano devido à pressão das forças chavistas e à oferta pública de uma recompensa por informações sobre seu paradeiro. Fugido no exterior após comandar ações golpistas que incluíram ataques a prédios públicos e assassinatos, González tornou-se símbolo do fracasso da direita apoiada pelo imperialismo, sendo recebido apenas por figuras escatológicas como o fascista Javier Milei.
María Corina Machado também protagonizou um episódio farsesco ao divulgar nas redes sociais que estava sendo “sequestrada” pelo governo chavista após participar dos atos fracassados. A denúncia falsa foi rapidamente desmentida pelas autoridades venezuelanas, mas ganhou destaque na imprensa capitalista internacional como parte da campanha orquestrada contra Maduro. Além disso, mais de 100 mercenários estrangeiros foram presos nos últimos dias como parte das operações para frustrar os planos golpistas. Essa ação reforçou a preparação das forças armadas e das milícias populares para enfrentar qualquer tentativa concreta de desestabilização.
A luta anti-imperialista é central no discurso político do governo Maduro. Os ataques externos são motivados pelo desejo dos países imperialistas de controlar as maiores reservas certificadas de petróleo do mundo e outras riquezas naturais estratégicas da Venezuela. A oposição direitista é culpada não apenas por traição nacional, mas também por colaborar ativamente com a burguesia imperialista para justificar intervenções militares no país. A aliança entre os golpistas venezuelanos e líderes estrangeiros como Joe Biden ou Donald Trump (EUA) e Javier Milei (Argentina) evidencia esse entreguismo. Contudo, a ampla denúncia dessa política lesa-pátria pelo chavismo — por meio da mobilização popular e militar — colocou a direita na defensiva e reforçou a legitimidade do governo Maduro com base nos trabalhadores.
A consolidação do governo Maduro como uma força anti-imperialista na América Latina é resultado direto da mobilização popular e da defesa intransigente de sua soberania nacional, em detrimento dos crimes de estelionato e apoio ao bloqueio contra o próprio país realizado pela oposição criminosa. Mesmo diante das adversidades impostas ao seu país, o presidente venezuelano conseguiu reafirmar seu compromisso com o povo. Como ele próprio declarou, seu poder pertence ao povo. A verdadeira vitória depende não apenas da resistência ao imperialismo no programa político, mas também da capacidade do governo de mobilizar, chamar o povo às ruas e governar com base em suas demandas, como em grande parte faz o governo chavista de Maduro.