O presidente Nicolás Maduro denunciou como pirataria naval a ação dos Estados Unidos, que assaltaram militarmente um navio petroleiro privado, civil e comercial que transportava cerca de 1,9 milhão de barris de petróleo comprados da Venezuela. O ataque ocorreu quando a embarcação entrava no Atlântico ao norte de Trinidade e Tobago. Maduro qualificou o episódio como o início de uma “nova era de pirataria naval criminosa contra todo o Caribe” e declarou que os marinheiros foram sequestrados, com paradeiro ainda desconhecido, o que, em suas palavras, atinge diretamente a soberania venezuelana e a segurança marítima de toda a região.
Durante visita à Comuna Socialista Amalivaca, em Caracas, Maduro afirmou que “a máscara deles caiu”, referindo-se aos EUA, e sustentou que o objetivo é o roubo direto dos recursos venezuelanos. “Se a Venezuela não tivesse as maiores reservas de petróleo do mundo, a Venezuela não existiria para os bilionários e supremacistas dos Estados Unidos”, declarou. Em nota oficial, o Ministério das Relações Exteriores da Venezuela repudiou o “roubo descarado” e o “ato de pirataria internacional” e apontou que o próprio presidente Donald Trump anunciou publicamente a operação, descrevendo o emprego de forças armadas e helicópteros. O governo venezuelano afirmou que responderá com “determinação absoluta”, recorrerá a instâncias internacionais e manterá a defesa de sua soberania.
Maduro vinculou o assalto ao navio a uma política continuada de agressões do imperialismo norte-americano contra a Venezuela, associada à tentativa de controle de seus recursos energéticos, e não a justificativas como migração, narcotráfico, “democracia” ou direitos humanos. Entre os exemplos citados está a apropriação da Citgo, empresa vinculada à PDVSA e tratada como ativo estratégico do patrimônio nacional, por meio de manobras judiciais que a Venezuela denuncia como fraudulentas e ilegais; declarações de Trump na campanha de 2024, apresentadas como admissão do objetivo de tomar o petróleo venezuelano sem contraprestação; sanções contra navios petroleiros e contra familiares de autoridades venezuelanas; e o incremento da presença militar norte-americana no Caribe sob o pretexto de operações antidrogas, denunciado por Caracas como parte de um plano de pilhagem.
Ao final, Maduro conclamou a população venezuelana a se manter firme na defesa do país e pediu que a comunidade internacional rejeite o que classificou como “agressão e vandalismo, ilegal e sem precedentes”. Também saudou delegações estrangeiras presentes e apelou ao povo norte-americano para “conquistar a paz, amarrar as mãos dos belicistas e frustrar os planos de uma guerra insana” na América do Sul.





