O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, denunciou nesta semana uma nova etapa da ofensiva do imperialismo norte-americano contra a Venezuela, afirmando que a Agência Central de Inteligência dos Estados Unidos (CIA) está conduzindo operações encobertas e articulando campanhas de propagandas internacionais para desestabilizar o país e preparar um “golpe de Estado” disfarçado de mudança de regime.
Em pronunciamento transmitido pela televisão estatal, Maduro alertou que os meios de comunicação internacionais — controlados pelos grandes monopólios capitalistas — estão atuando em coordenação com a CIA para criar uma imagem negativa do chavismo, atacando sistematicamente o governo e a soberania venezuelana.
“Os Estados Unidos e seus instrumentos, como a CIA e o aparato de comunicação global, conduzem uma guerra híbrida contra a Venezuela. Querem destruir a independência conquistada por nosso povo e entregar nossas riquezas ao capital estrangeiro”, declarou o presidente.
De acordo com denúncias divulgadas pela emissora teleSUR, o governo venezuelano identificou uma série de operações psicológicas e de manipulação informativa coordenadas a partir de agências norte-americanas, como a CIA e a Agência dos EUA para o Desenvolvimento Internacional (USAID).
Essas operações, segundo Maduro, visam financiar meios de comunicação e jornalistas locais que atuam em prol da campanha imperialista, difundindo mentiras sobre supostas crises humanitárias e corrupção.
O governo aponta que essa estratégia faz parte de um plano de “guerra híbrida”, combinando bloqueio econômico, sanções ilegais, sabotagem interna e ataques informativos. Tudo isso teria o objetivo de minar o apoio popular ao chavismo e abrir caminho para um governo subordinado aos interesses dos norte-americanos.
“Querem dividir o povo, fomentar o desespero e justificar uma intervenção. Mas a Venezuela não se renderá. Nenhum império derrotará a vontade de um povo livre”, reafirmou Maduro.
As acusações de Maduro se somam a uma longa lista de intervenções da CIA e do imperialismo norte-americano na América Latina ao longo das últimas décadas. O presidente venezuelano recordou que a agência esteve diretamente envolvida em golpes de Estado contra governos populares e nacionalistas em toda a região.
“A CIA foi responsável por golpes de Estado na Guatemala em 1954, no Chile contra Salvador Allende em 1973, contra João Goulart no Brasil em 1964, e mais recentemente participou das conspirações contra Evo Morales na Bolívia e contra o presidente Pedro Castillo no Peru. Agora querem repetir o mesmo roteiro na Venezuela”, denunciou Maduro, durante transmissão pela teleSUR.
O líder chavista destacou que, em todos esses casos, o objetivo foi o mesmo: derrubar governos que desafiaram os interesses dos norte-americanos e restaurar regimes subservientes ao imperialismo.
A Venezuela, desde o triunfo da chamada Revolução Bolivariana em 1998 com Hugo Chávez, tornou-se um dos principais alvos dessa ofensiva. Desde então, os EUA impuseram bloqueios econômicos, sanções e sabotagens, além de apoiar diretamente conspirações e tentativas de invasão, como a fracassada Operação Gedeón, em 2020.
As recentes denúncias de Maduro revelam mais uma vez o caráter violento e antidemocrático do imperialismo. Frente a essa ofensiva, a solidariedade internacional dos trabalhadores e povos oprimidos torna-se fundamental. A defesa da Venezuela é, ao mesmo tempo, a defesa da soberania de todos os povos latino-americanos.





